terça-feira, 11 de maio de 2010

Petrobras trabalhará com a Galp em projeto de biocombustíveis

A Petrobras definiu Portugal e Espanha como a porta de entrada para a Europa em sua estratégia de internacionalização do setor de biocombustíveis, afirmou hoje, em entrevista à Agência Efe, o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto.
Apesar da crise econômica na Europa, o presidente da subsidiária para biocombustíveis da estatal assegurou que o mercado europeu continua sendo um alvo importante no setor das novas energias, porque "a agenda ambiental é uma agenda definitiva".
"Os biocombustíveis fazem parte desse grande mercado verde que está aí. Não haverá nenhum retrocesso na exigência mundial para reduzir a emissão de gases de efeito estufa", afirmou Rossetto, que se mostrou convencido de que os países da União Europeia (UE) cumprirão os objetivos impostos em matéria de uso de biocombustíveis.
"Trabalhamos com a previsão de que, se a Europa cumprir com suas diretrizes, parte desse mercado deverá ser abastecido com importações de biocombustíveis. Nos preparamos para ocupar parte desse mercado, tanto de etanol quanto de biodiesel", assegurou o presidente.
Nesse sentido, a Petrobras Biocombustíveis iniciou sua estratégia de acesso ao mercado europeu com um acordo com a portuguesa Galp Energia anunciado esta semana e pelo qual processarão em conjunto em Portugal diesel vegetal a partir de óleo de palma cultivada no Brasil.
O chamado Projeto Belém prevê a produção de 250 mil toneladas de biodiesel por ano, que serão destinados ao mercado ibérico de biocombustíveis, do qual a Galp tem 50% do mercado português e 10% do espanhol.
Além das plantações no Brasil, o projeto inclui a construção de uma unidade industrial de biodiesel em Portugal, com um investimento total de US$ 530 milhões: US$ 90 milhões para produzir a matéria-prima no Brasil e US$ 240 milhões para estabelecer a central de produção em Portugal.
No entanto, Rossetto declarou que a prioridade da Petrobras continua sendo o Brasil e a consolidação dos biocombustíveis no país, onde quase metade da matriz energética está baseada em energias renováveis, principalmente a produzida por hidrelétricas e biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel.
"O Brasil entra no século XXI em uma grande posição estratégica: com novas descobertas de reservas petrolíferas e investindo para desenvolver energias renováveis", disse Rossetto, que assegurou que "isso coloca o país em uma situação muito positiva".
Embora tenha reconhecido que os biocombustíveis não responderão a toda a demanda mundial por combustíveis no futuro, Rossetto se mostrou convencido de que "têm um papel importante neste período de transição energética, crescerão e obterão uma participação importante no mercado durante as próximas décadas".
Nos próximos quatro anos, a Petrobras planeja investir US$ 2,4 bilhões em projetos de energias renováveis, uma estratégia de crescimento que, segundo Rossetto, "muda e se atualiza constantemente em função das variações no mercado".
Fonte: Agencia EFE / terra

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