quarta-feira, 5 de maio de 2010

Térmica gera energia em estação de tratamento do esgoto

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está investindo em um projeto para gerar sua própria energia elétrica por meio de fontes renováveis. A estratégia é produzir eletricidade a partir do gás produzido durante o tratamento de esgoto.
Para isso, a empresa inaugura em julho o primeiro passo da iniciativa: uma termelétrica na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Arrudas. A unidade, que consumiu R$64 milhões em recursos, terá capacidade instalada de 2,4MW.
Segundo a Copasa, a térmica vai gerar energia suficiente para abastecer todas as atuais estruturas da estação Arrudas e ainda atender às necessidades de unidades que estão planejadas para serem construídas. A estimativa é de que a economia com a autogeração chegue a R$2,7 milhões por ano.
A nova estrutura irá aproveitar o gás eliminado em uma das fases do tratamento de esgoto, que é a reação anaeróbica realizada dentro de estruturas chamadas biodigestores. Nesse processo, o esgoto produz metano, gás altamente poluente para a atmosfera. O metano será canalizado para a central termelétrica, onde será queimado, gerando calor que fará girar as turbinas que vão produzir eletricidade.
O processo ajudará também a aumentar a eficiência da estação, cuja capacidade atual de tratamento é de 200 milhões de litros por dia. Através da cogeração, o calor gerado na térmica será utilizado também para aquecer o lodo utilizado na reação anaeróbica. “Com o aproveitamento do gás, a central aumentará a eficiência dos biodigestores, acelerando o trabalho de toda a estação”, explica o superintendente adjunto de Gestão de Energia da Copasa, Marcelo Monachesi Gaio.
Segundo Gaio, a central estará apta para atender todas as novas estruturas da ETE Arrudas, que passará por ampliações e melhorias. Com recurso da ordem de R$ 200 milhões, as obras incluem a construção, dentre outros, de dois decantadores, um reator de lodo ativado, três digestores, dois flotadores e um sistema para controle de odor. Essas obras serão licitadas em maio deste ano. Quando concluídas, irão aumentar em 50% a capacidade da ETE Arrudas.
A experiência de sustentabilidade da estação poderá se repetir em outras regiões. No projeto de construção da ETE Ibirité, por exemplo, já está prevista a instalação de mais uma termelétrica. “A Copasa pretende levar essa tecnologia para as suas estações que atenderem aos critérios da viabilidade econômica”, garante o superintendente adjunto.
Fonte: Jornal da Energia 5/5

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