quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Restabelecimento a Cuiabá poderá ser acertado via Petrobras ou por meio de um acordo com a Argentina

Ainda não foi desta vez que as autoridades mato-grossenses e brasileiras conseguiram trazer da Bolívia uma solução definitiva para o corte de gás natural à termelétrica de Cuiabá que já dura cerca de 120 dias. O assunto foi pauta do encontro entre o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, o ministro de Hidrocarburos da Bolívia, Carlos Villegas, e autoridades estaduais na última sexta-feira, em La Paz. Apesar da falta de “uma notícia boa e pontual”, as autoridades estaduais conseguiram firmar compromisso de ainda nesta semana marcar nova data para tratar do assunto, que, como prevêem os mato-grossenses, deve ocorrer ainda neste ano ou mais tardar no início de 2008.
O encontro vai incluir à mesa de negociações representantes do governo argentino e da Petrobras e o chefe do escritório de representação do Estado, em Brasília, Jeferson de Castro, foi incumbido pelos dois governos de cuidar da agenda e os contatos começam hoje. “A partir de agora vamos correr atrás das agendas das estatais brasileira e boliviana e dos dois ministérios para o consenso de uma data”.
A solução ao problema de Mato Grosso poderia vir da redução do volume da Argentina em um determinado período, ou, ainda, incluir a termelétrica na lista de clientes da Petrobras.
Para o governador em exercício do Estado, Silval Barbosa – que esteve em La Paz -, o encontro atendeu às expectativas, pois o assunto Mato Grosso foi discutido e avançou. “Marcamos um novo encontro e temos agora opções para garantir o suprimento, seja por meio da redução da cota Argentina ou via Petrobras”.
As conversas que precederam o encontro entre os presidentes dos dois países deixaram mais uma vez explícito que a Bolívia não tem produção suficiente para abastecer todos os contratos firmados entre Brasil e Argentina e também para seu suprimento interno. “Villegas disse que não tem como atender os 2,2 milhões de metros cúbicos que estavam acordados no contrato firmado em 1998 entre a antiga Enron, operadora da usina – hoje Empresa Produtora de Energia, a EPE – e o governo boliviano. Nem 50% deste volume é cogitado atualmente pelo ministro boliviano”, completou o governador em exercício. Barbosa explica que entre as alternativas está a confecção de um calendário que alterne parte do suprimento de gás entre a Argentina e Mato Grosso. “Os argentinos demandam de gás principalmente durante o inverno, que é bastante rigoroso, e Mato Grosso tem como período crítico o final da primavera e verão. Portanto, algum volume pode ser desviado para o suprimento da térmica, sem acarretar em prejuízos aos argentinos”. Eles também enfrentam corte no suprimento: ao invés de cerca de 5 milhões de metros cúbicos/dia, somente cerca de 2 milhões estão sendo enviados.
Com relação à inserção da térmica como cliente da Petrobras, Barbosa, conta que esta alternativa está ligada ao peso que a estatal brasileira tem diante do mercado boliviano e que seria mais fácil uma suplementação no volume da empresa para o abastecimento da usina em Cuiabá. Enquanto a solução não é referendada, segue em vigência até o dia 31 uma extensão do contrato provisório que foi assinado em junho entre a operadora da usina e a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que na teoria garante à usina o suprimento de 1,1 milhão de metros cúbicos diários.
Fonte: Diário de Cuiabá

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