quarta-feira, 26 de março de 2008

Copel vai investir em bagaço da cana-de-açucar

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) vai gerar energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A empresa anunciou ontem (18) que pretende estabelecer parcerias com grupos de usinas para construção de quatro pequenas centrais termelétricas, cada uma com potência de 30MW, no Paraná.
O projeto, inédito na empresa, está orçado em R$260 milhões. A idéia da Copel é ser majoritária nos empreendimentos, com 51% de participação. Segundo o diretor de gestão corporativa da empresa, Luiz Antonio Rossafa, em abril a empresa lança um edital de chamada pública para estudar a constituição de parcerias.
Juntas, as quatro usinas devem gerar o equivalente à usina Fundão, com potência de 120MW construída no Rio Jordão. O custo de implantação, entretanto, é 50% menor ao da hidrelétrica. “O investimento é menor, mas a vida útil de uma usina desse tipo também é menor. Estamos falando de 15 anos, contra 75 anos de uma usina hidrelétrica”, disse.
Segundo Rossafa, cada usina deve demorar 18 meses para ficar pronta. A Copel, porém, tem planos de ampliar o número de unidades geradoras, inclusive com a atuação em São Paulo. “Iremos onde houver biomassa disponível”, informou. “Calculamos que existam no Paraná cerca de dez usinas de álcool com capacidade para atender à demanda”, disse.
De acordo com ele, graças aos avanços da produção nos últimos anos é possível garantir suprimento durante praticamente todo o ano. “Não temos mais sazonalidade, que era um dos grandes desafios para a produção de energia a partir de biomassa”, diz. No último leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o preço pago pelo MWh de energia elétrica a partir de biomassa foi de R$138, contra R$ 114 previstos na usina hidrelétrica de Mauá.
Segundo o diretor, o Paraná tem atualmente excedentes de bagaço de cana em volume suficiente para gerar 600 megawatts de eletricidade. Boa parte é usada pelas próprias usinas para produzir energia elétrica e vapor para seu consumo, mas a sobra “acaba se transformando num problema para o usineiro e para o meio ambiente”, diz Rossafa.
Segundo o presidente da empresa, Rubens Ghilardi, a exemplo do projeto na área de biomassa, a Copel vem buscando alternativas de diversificação de atividades. Uma das empreitadas mais recentes é a ampliação da área de telecomunicações. A Copel vai testar em 300 estabelecimentos no segundo semestre a implantação de equipamentos que vão permitir a utilização da rede elétrica para acesso à internet e telefone.
Fonte: Portal Lumière

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