quarta-feira, 26 de março de 2008

Luz do sol pode acender lâmpada

Brasil - O sol pode ser uma boa fonte de energia elétrica para uso residencial, além de esquentar a água do banho. "Os painéis de células fotovoltaicas produzem qualquer quantidade de energia. O limite é o seu custo, ainda alto, explica Paulo Frugis, professor do curso de energia fotovoltaica da Sociedade do Sol, organização voltada para a divulgação e o fomento do uso de energia solar.
O custo da energia fotovoltaica (FV), segundo o industrial Bruno Topel, proprietário da Heliodinâmica, gira em torno de R$ 300 a R$ 350 por kWh/mês. Esse valor deve ser diluído pelos 25 anos de vida útil do sistema. "Com isso e considerando os desgastes de bateria e controladores, a FV custa em média R$ 1,5 kWh/mês. A produzida pelas usinas custa R$ 0,4 kWh/mês. Por isso, no Brasil ela é viável só em locais onde não há rede elétrica."
O industrial criou kits com dimensões diferentes, que porém não dispensam projeto específico para cada caso, e a Unitron oferece poste solar de pequeno porte, para uso em áreas rurais, a R$ 1.990, com poder de iluminação igual a uma lâmpada de 60 watts. São tentativas de disseminar o sistema. "Existem produtos mais baratos, mas iluminam pouco. Servem como decoração apenas", diz Frugis.
Viabilidade
O professor calcula que, com um investimento de R$ 10 mil a R$ 12 mil, é possível instalar um sistema com capacidade para alimentar geladeira, TV, seis lâmpadas, rádio, aparelho de som e eletrodomésticos de cozinha por quatro dias a cada quinzena.
"O chuveiro fica de fora, mas pode ser alimentado por um sistema de aquecimento solar convencional, que custa a partir de R$ 700", acrescenta.
Frugis cita como exemplo o sistema criado pela sua empresa para alimentar casas de funcionários de uma fazenda da Fundação Boticário de Proteção à Natureza, em Goiás. Na área urbana, também em Goiás, a Unitron instalou um sistema FV para iluminar as escadarias de um edifício residencial. "Aqui em São Paulo fizemos o mesmo no prédio do Laboratório Lilly do Brasil, em um corredor externo e sem incidência de sol que tem movimento 24 horas. Centralizamos as células no telhado, que alimentam 15 luminárias, acesas 24 horas por dia", conta.
A utilização de poste solar tem como vantagem ainda a dispensa de infra-estrutura de distribuição. "Isso ajuda a viabilizar a sua utilização em fazendas ou em áreas abertas restritas, como estacionamentos e pátios industriais", diz Frugis. Para iluminação pública, cada poste custa em torno de R$ 10 mil.
Subsídio
Nos cálculos de Topel, a cada 100 kWh/mês de consumo, seria necessário um investimento de R$ 30 mil. "Esse valor fica facilmente diluído no custo de construção de uma casa", argumenta. Mas tem sido suficiente para impedir a disseminação do uso do sistema, mesmo em residências de alto padrão. "No meio urbano, a FV só irá se disseminar quando houver subsidio", afirma.
O industrial, um polonês que vive há 46 anos no Brasil, diz que países como a Alemanha, Estados Unidos e os europeus fazem isso há muitos anos. "Na Alemanha, há cerca de cinco anos foi aprovada uma lei que permite ao cidadão vender o excedente de sua energia FV à concessionária. Isso fez explodir a sua utilização nos meios urbanos", conta. Ele lamenta não ter instalado sua fábrica lá. "Aqui temos o dobro de insolação, mas falta visão".
Fonte: ProcelInfo

Nenhum comentário: