quarta-feira, 19 de março de 2008

Meta da UE atingida em 2009

João Cunha e Silva que falava na apresentação do projecto de ampliação do Sistema Hidroeléctrico da Calheta, cujo investimento ronda os 52 milhões de euros, salientou que a Madeira deverá atingir, até 2017, cerca de 27 por cento da produção total da energia na Madeira por via da utilização das energias hidráulica e eólica.
«Este é um projecto energético extraordinário que deve orgulhar todos os madeirenses», realçou o governante, convicto de que as medidas a adoptar nos próximos anos «vão permitir atingir e mesmo superar as metas da União Europeia definidas para 2020, em relação à utilização das energias renováveis na produção de energia na Região».
João Cunha e Silva recordou alguns dos passos dados pelo Governo Regional no que respeita à execução da política energética, nomeadamente na questão da convergência tarifária dos preços de electricidade e na construção da estação de Fins Múltiplos dos Socorridos, recentemente reconhecida pela comissária europeia para o Desenvolvimento Regional, Danuta Hubner.
«Actualmente a média da União Europeia situa-se nos sete por cento e nós com as medidas que vamos adoptar no futuro, em 2017 estaremos muito acima das metas propostas pela União Europeia», reiterou Cunha e Silva, revelando que nos próximos tempos serão anunciados novos investimentos em materia de energia.
O plano de acção da Política Energética Regional prevê a ampliação do sistema hidroeléctrico da Calheta, até 2012, num investimento em energia hídrica e eólica, na ordem dos 72 milhões de euros. Por outro lado, está já em estudo, a remodelação do sistema hidroeléctrico da Serra de Água, até 2017, que deverá custar 52 milhões de euros.
Com esta política a Vice-Presidência pretende reduzir em 20 por cento as emissões de gases com efeito de estufa face a 1990, aumentar nessa mesma percentagem a eficiência energética e garantir que um quinto da energia provenha de fontes renováveis.
Visto a disponibilidade dos recursos hídricos estarem a diminuir e encontrar-se esgotada a capacidade de realizar novos aproveitamentos hidroeléctricos a fio de água, a Empresa de Electricidade da Madeira aposta na transformação das centrais existentes em infra-estruturas produtoras de energia todo o ano, independentemente da ocorrência de pluviosidade.
52 milhões reforçam produção de energia
A execução da ampliação do sistema hidroeléctrico da Calheta, contempla a construção de uma barragem com capacidade para cerca de um milhão de metros cúbicos de água, uma nova central hidroeléctrica, um túnel de restituição com 1.325 metros e duas estações elevatórias.
O projecto, ontem apresentado, pelo presidente do Conselho de Administração da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM), Rui Rebelo, está orçado em 52 milhões de euros e terá comparticipação da União Europeia em cerca de 50 por cento.
Segundo aquele responsável, a infra-estrutura enquadra-se na nova filosofia de exploração hidroeléctrica, que tem por objectivo, tornar as centrais existentes em funcionamento contínuo, através da retenção, acumulação e bombagem de água, ao longo do ano e não apenas durante o Inverno.
«Este investimento compreende a construção de uma barragem com capacidade de acumulação de um milhão de m3, de uma central hidroeléctrica com 30 MW de potência e de uma estação elevatória com 15 MW», salientou Rui Rebelo.
A infra-estrutura que estará concluída até 2012, permitirá um acréscimo de produção de 17,5 por cento de energia hídrica na Região, estando igualmente integrado o projecto que visa acomodar mais potência eólica, num projecto orçado em 20 milhões de euros.
Com a conclusão deste projecto, dentro de quatro anos, a Madeira terá uma produção eléctrica, na ordem dos 25 por cento, por via de energias renováveis.
A apresentação do projecto, com recurso a novas tecnologias, permitiu observar que apenas uma das condutas actuais, será extinta, permitindo a utilização das infra-estruturas existentes na Calheta.
Rui Rebelo realçou que o investimento a realizar pela Empresa de Eléctricidade da Madeira tem «viabilidade económica».
Fonte: Jornal Madeira

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