sexta-feira, 18 de abril de 2008

Favela Paraisópolis receberá aquecedores solares

A AES Eletropaulo, distribuidora de energia paulista, deve começar a instalar, ainda neste semestre, sistemas de aquecimento de água movidos por energia solar na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo.
Serão, a princípio, 50 conjuntos formados por placas coletoras e reservatórios com capacidade para 200 litros de água. Os sistemas serão fornecidos pela e2solar, fabricante de equipamentos de energia solar sediada em Barueri, na Grande São Paulo.
A intenção da AES Eletropaulo – que irá comprar os equipamentos, cujo preço de mercado é de R$ 1,5 mil, mas fornecê-los gratuitamente aos moradores – é de reduzir o consumo de energia e reduzir o índice de inadimplência de
Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, onde moram 80 mil habitantes em cerca de 20 mil domicílios.
A instalação dos aquecedores solares faz parte de um programa mais amplo, iniciado faz dois anos pela AES Eletropaulo, de trazer Paraisópolis para o mercado formal de distribuição de energia.
Longe de ser um programa de caridade, o projeto da empresa, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Habitação da cidade de São Paulo, visa antes reduzir as perdas da empresa com roubo de energia e inadimplência, e assim reduzir o investimento em compra de energia elétrica.
Além de acabar com os “gatos” e ligações clandestinas – que também são responsáveis por incêndios e perdas de eletrodomésticos - a AES Eletropaulo montou um pacote de serviços gratuitos, que inclui postes, cabos e caixas de medição (que custa cerca de R$ 250). Só a partir da implantação desses equipamentos os moradores passam a pagar as contas.
O fornecimento de aquecedores solares será feito após a AES Eletropaulo já ter doado lâmpadas e cerca de 10 mil geladeiras de baixo consumo de energia às famílias. É a medida mais radical proposta para reduzir o valor das contas e dar condições para os moradores pagarem.
Caso o sistema de aquecimento solar seja aprovado pelos moradores, a implantação dos equipamentos será paulatinamente estendida para toda a favela.
O chuveiro elétrico é o aparelho que mais pesa no valor das contas residenciais. O consumo médio de uma família de quatro pessoas, com quatro banhos de 15 minutos por dia, é de 170 kw/mês. Só o chuveiro representa quase 100 quilowatts de consumo.
Paraisópolis é a segunda maior favela de São Paulo, atrás apenas de Heliópolis. Se fosse uma cidade, estaria em 87º lugar no ranking das 645 cidades do estado. É do tamanho de municípios como Lorena, São João da Boa Vista e Caçapava. A AES Eletropaulo estima que ainda existam 300 mil ligações clandestinas em sua área de atuação, que inclui 24 municípios, entre eles a capital paulista.
Fonte: IPESI (SP), seção Eletrônica e Informática - 03/04/2008

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