sexta-feira, 23 de maio de 2008

Sanepar vai gerar energia a partir de esgoto e lixo

A geração de energia, a partir do aproveitamento de esgoto e lixo, como forma de se reduzir custos do saneamento e não poluir o meio ambiente foi um dos principais temas do seminário Reenergia, em Foz do Iguaçu, num evento paralelo ao Fórum Global de Energias Renováveis. no dia 20, a Sanepar inaugurou a Unidade Piloto de Energia Renovável, que funcionará na Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, em Foz. A partir da iniciativa, a empresa poderá estender o projeto a todas as demais estações de tratamento e a aterros sanitários como o de Cianorte, conforme adiantou o presidente da Sanepar, Stênio Sales Jacob, que também preside a Aesbe – Associação das Empresas de Saneamento Básico dos Estados.
Os diretores da Sanepar, Meio Ambiente e Ação Social, Maria Arlete Rosa e Comercial, Natálio Stica, também participam do seminário. A diretora disse que, com os resultados da Unidade Piloto de Foz, a Sanepar poderá auxiliar outras empresas. “Com o conhecimento que vamos obter nessa experiência, poderemos expandir a tecnologia para outras companhias de saneamento do País”, confirmou Maria Arlete.
O Reenergia, realizado dentro do Parque Tecnológico de Itaipu, sob a coordenação do Instituto de Engenharia do Paraná, com apoio da Aesbe, reúne engenheiros, representantes de companhias de saneamento, ambientalistas e estudantes universitários, que debatem, até quarta-feira (21), formas de energia alternativa e não poluente.
ENERGIA – “O alto custo da energia na operação dos sistemas de saneamento básico, em que o item aparece como principal insumo, bem como a necessidade de se estimular práticas não agressivas ao meio ambiente levaram a Sanepar a integrar a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis”, explicou Stênio. Ele lembrou que a companhia desenvolveu a frota movida por gás metano em Londrina e o abastecimento com gás de parte da cidade de Piraí do Sul. Segundo o presidente, questões econômicas levaram a Sanepar a interromper as experiências, “que agora são inadiáveis não apenas pela questão econômica, mas principalmente porque o planeta assim exige”.
Na sua exposição, o engenheiro Péricles Weber, que coordena o projeto, lembrou que das 211 estações de tratamento da Sanepar, 199 utilizam o sistema de gestão anaeróbia gerando gás metano. As unidades tratam 40 milhões de metros cúbicos de esgoto por ano, processando 250 toneladas de matéria orgânica, que deixam de ser lançadas aos rios. O volume gera 11 milhões de metros cúbicos de gás metano ao ano, que atualmente é apenas queimado para não contaminar o ambiente. “Se tudo isso for convertido em energia elétrica vai gerar 10 gigawatts de energia, um terço do que a Sanepar gasta com a energia na coleta e tratamento de todo o esgoto”, acrescentou Péricles.
Ele lembra ainda que, a potencialidade do uso de aterros sanitários para a mesma finalidade é ainda maior. O engenheiro explicou também que a Unidade Piloto de Energia Renovável utiliza os sistemas de geração através de biomassa (gás metano) e fotovoltaica, a partir da luz solar. A energia gerada será utilizada na operação da ETE, que recebe esgoto de 17 mil habitantes, e o excedente poderá ser comercializado com a Copel.
Fonte: Tribuna News

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