sexta-feira, 6 de junho de 2008

Energia produzida a partir de dejetos ganhará a rede

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá autorizar em breve a venda da energia, que é produzida por pequenas unidades geradoras, para distribuidoras de energia, por meio do projeto de geração distribuída. O anúncio foi feito, essa semana, pelo diretor brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, durante o Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu.
“Falta só assinar, só a parte burocrática”, contou Samek. Segundo ele, a garantia foi dada pelo presidente da Aneel, Jerson Kelman, que teria demonstrado simpatia pelo projeto. “Até hoje, o produtor podia se auto-abastecer, mas não podia jogar o excedente para a rede. Agora, todo mundo pode investir, porque sabe que tem a compra da sua energia produzida assegurada”, explica Samek
O projeto de geração distribuída foi desenvolvido pela Itaipu Binacional, em parceria com a Companhia Paranaense de Energia, e prevê a produção de energia por meio de pequenas unidades geradoras, baseadas em fontes renováveis, como dejetos de animais e biomassa residual da atividade agropecuária.
Dados preliminares do Balanço Energético Nacional de 2007, divulgados recentemente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indicam que a demanda do país por todas as formas de energia cresceu 5,9% em 2007, expansão 0,5 ponto percentual acima do crescimento do Produto Interno Bruto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A demanda por energia primária atingiu 239,4 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP). Segundo a EPE, mais de 70% do aumento foi atendido por fontes alternativas de energia, sendo que mais de 40% pela cana-de-açúcar.
Cana
Setor será importante alternativa
O maior crescimento dentre todas as fontes, na comparação entre 2007 e 2006, ficou com os produtos da cana-de-açúcar, cuja oferta cresceu 17,1%, refletindo a expansão do consumo de etanol e o uso cada vez mais intenso do bagaço para geração de energia elétrica, segundo a EPE. Para o presidente da empresa, Maurício Tolmasquim, o setor canavieiro vem ganhando, a cada ano, uma dinâmica que o transformará em uma importante alternativa para a expansão do consumo de energia no país.
“Pela dinâmica que o setor de etanol ganhou no Brasil, pelas perspectivas da produção da bioeletricidade (eletricidade gerada a partir do bagaço, da palha da cana) nos próximos anos, será cada vez maior esta participação da cana-de-açúcar na nossa matriz”.Os dados da EPE indicam que o consumo final de combustíveis líquidos avançou 7,3% na relação 2006/2007; e o consumo final de energia elétrica, 5,8%.
Fonte:Jornal da Manhã

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