Região já produz energia mais barata com biomassa

A consultoria independente Andrade & Canellas, especializada em pesquisas da cadeia de suprimento de energia, divulgou esta semana um estudo comparativo sobre o custo de geração de energia elétrica entre as fontes não-poluentes.
A alternativa da biomassa custa quase a metade de outras fontes como a eólica e a hidrelétrica (veja infográfico ao lado). Como matérias-primas mais disponíveis estão sobras de madeiras e bagaço de cana.
Além disso, este potencial é ampliado pela queima simultânea com a palha, que vinha sendo desprezada e gerava passivos ambientais.
Na região já há usinas que realizam isso em Bariri e Lençóis Paulista. Uma delas, a Zilor de Lençóis, divulga que aumentará sua capacidade de geração de energia elétrica proveniente da biomassa e irá produzir um excedente maior de eletricidade, passando dos atuais 54 MWh para 110 MWh a partir da safra 2009/2010.
A biomassa também é gerada como resíduo em outros processos industriais, como a fabricação de papel e celulose. O BOM DIA já mostrou no dia 5 de maio que o grupo Lwart de Lençóis Paulista gera em média 360 MW por dia com turbogeradores movidos com resíduos de serrarias e rejeitos provenientes da produção de cavacos para a produção da celulose.
Em Agudos, Botucatu, Itapetininga e Jundiaí a Duratex, indústria que produz a fibra MDF derivada de eucaliptos, também usa seus resíduos para produzir energia elétrica.
O gerente de sustentabilidade da Duratex, João Carlos Redondo, conta que a indústria usa como resíduos para geração de energia gramíneas, cascas de árvores e sobras de cavacos de madeira. “São matérias-primas disponíveis na própria empresa, isto é, além de poluir menos também é mais econômico”, fala.
Em 2007, 51% da matriz energética da empresa veio da queima de resíduos e o restante de energia elétrica, gás, óleo ou diesel. Segundo o João a empresa pretende aumentar o uso da biomassa neste ano, ainda sem ter um percentual fixado.
Ano passado todas as unidades da Duratex produziram um total 480 mil MWh com a queima de 190 mil toneladas de resíduos para mover geradores. João explica que se caso a empresa usasse a mesma quantidade equivalente de óleo para produzir o mesmo de eletricidade seriam necessários 79 milhões de toneladas de óleo.

Empreendimento é isento de encargos

O diretor executivo da Andrade & Canellas, Cyro Vicente Boccuzzi, conta que nos casos de geração de energia com biomassa o empreendimento é isento de uma série de encargos de fornecimento e de transmissão, bem como livre de impostos se utilizado para consumo próprio.
“No caso dos consumidores comuns, os impostos e encargos, em média, chegam a impactar em cerca de 40% a 50% a conta final de energia,”, completa.
Ainda de acordo com a análise da consultoria, enquanto o preço do barril de petróleo subiu mais de 300% nos últimos 15 anos, o da biomassa manteve-se estável. Ontem o preço do barril de petróleo para entrega em julho fechou a US$ 136,38 (R$ 221,8).
Como vantagens ambientais a biomassa é uma fonte renovável, tem baixas emissões de poluentes e emissões de CO baixas ou nulas.
(FONTE: AGENCIA BOM DIA)