quinta-feira, 10 de julho de 2008

Licença ambiental de Angra 3 deve sair até 30 de agosto

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje (09) que a licença ambiental da Usina Nuclear de Angra 3 deve sair até 30 de agosto. Segundo ele, trata-se da última etapa antes da retomada das obras da usina, com capacidade de 1,3 mil megawatts Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que as obras começam no dia 1º de setembro.
Além de Angra 3, "existe um cenário que está se trabalhando com mais quatro unidades nucleares", informou o presidente da EPE. Ele também disse que ainda está sendo analisada a localização de um depósito para os rejeitos da geração de energia nuclear que deverá ser construído.
Tolmasquim afirmou que não há urgência em aumentar a geração de energia nuclear. "Não precisamos da energia nuclear hoje, mas ela é importante por uma questão estratégica", disse. "Daqui a 20 anos ou 25 anos não teremos hidrelétricas suficientes para atender às necessidades e aí a nuclear é uma boa alternativa", afirmou.
A bioeletricidade, gerada a partir da cana-de-açúcar, deve ganhar alguma importância na matriz energética a partir do leilão para compra desse tipo de energia no próximo dia 30, segundo Tolmasquim. Ele informou que houve pedido de habilitação de 7.800 megawatts para esse leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com ele, nem tudo será habilitado e poderão ser compradas efetivamente de 2.000 MW a 1.500 MW. Mesmo assim, a quantidade é significativa. "Seriam duas usinas nucleares", afirmou.
NORDESTE PASSA O SUL - O executivo convocou a entrevista para anunciar, com base em dados de maio, que, pela primeira vez na história, o consumo de energia elétrica residencial em 12 meses no Nordeste (NE) ultrapassou o do Sul (S), bem menos populoso. A taxa de atendimento - número de residências ligadas à rede elétrica dividido pelo total de residências - também pela primeira vez praticamente se igualou à nacional no ano passado. A taxa de atendimento do NE foi de 95% e a do Brasil, de 96%.
De acordo com Tolmasquim, as mudanças são estruturais. Segundo ele, o crescimento do consumo está relacionado à redução da pobreza no Nordeste, pela elevação do salário mínimo e pelas transferências de renda por programas sociais, principalmente o Bolsa-Família.
Na análise do presidente da EPE, esses fatores e o aumento do crédito permitiram uma expansão maior no Nordeste que em outras regiões de compras de equipamentos que consomem energia, como televisão e geladeira. Outra razão apontada para o aumento do consumo de energia - a que explica a alta da taxa de atendimento - foi o acréscimo de 773 mil residências na região ligadas à rede elétrica entre 2004 e 2008.
FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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