terça-feira, 10 de março de 2009

Empresas investem em projetos arquitetônicos sustentáveis

Atualmente se fala exaustivamente em Sustentabilidade, visando atingir o conceito do Triple Bottom Line (o tripé: Social, Econômico e Ambiental). Segundo o arquiteto Marcio Mazza, premiado por um projeto de implantação das instalações de uma mina de bauxita da Alcoa em Juriti, no Pará, ao investir em projetos sustentáveis, as empresas conseguem economizar, gerar benefícios para as comunidades locais e proporcionar um ambiente mais harmonioso e com qualidade de vida aos funcionários.

"A preocupação com o meio ambiente e com todos os conceitos que envolvem a sustentabilidade e o desenvolvimento com a inserção social devem fazer parte de um projeto arquitetônico. Muitas obras poderiam ser mais baratas e funcionais, se a cultura e a tecnologia do local fossem utilizadas no projeto", afirma o arquiteto Marcio Mazza.

A concepção de áreas administrativas para a Brenco - Companhia Brasileira de Energia Renovável, que está implantando um projeto de escala mundial para a produção de biocombustíveis, seguindo as melhores práticas em sustentabilidade, é mais um dos projetos em desenvolvimento pelo arquiteto.

"Como a Brenco já tem um forte engajamento com a questão sustentável, ficou fácil viabilizar a construção utilizando materiais já presentes na região, como blocos e placas de concretos e grandes tesouras pré-fabricadas, normalmente utilizadas para a estrutura básica na cobertura de silos, muito comuns nessa área.

Ou seja, ao invés de trazermos materiais de outras regiões aumentando os gastos com o transporte, conversamos com produtores locais, que melhoraram a qualidade de seus produtos, e conseguimos maior agilidade ao andamento da obra, ao mesmo tempo em que inserimos a economia local no projeto", explica Mazza.

As áreas de construção estão localizadas na tríplice fronteira entre os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ou seja, áreas muito quentes. Por isso, uma das metas do arquiteto era desenvolver uma estrutura que já tivesse identificação com a região, mas com sombra e ventilação natural, o que gerou uma economia em relação às áreas e aos equipamentos de ar condicionado.

"Optei por estruturas similares aos galpões e inseri sob elas prédios e praças de convivência. Desta forma, consegui aproveitar as estruturas de coberturas já produzidas na região e obter muita luz e ventilação naturais.

Com isso, acabamos com o paradigma que os edifícios, muitas vezes "forninhos perdidos", precisam ser isolados, sem integração uns com os outros e sem permitir o relacionamento dos funcionários", afirma o arquiteto Marcio Mazza.

Segundo ele, essa parceria entre arquitetos e empresas, para criação de projetos sustentáveis e diferenciados também é muito positiva para o setor.

"Algumas pessoas ainda veem os arquitetos como os responsáveis apenas pela escolha das cores de um projeto; sendo que, nosso know-how nos permite ajudar em questões muito mais relevantes. Exemplo disso são estes projetos sustentáveis que nós temos desenvolvido."

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