A Sicília, um lugar marcado pelas ações da máfia italiana, talvez não pareça o cenário ideal para dar um bom exemplo ao mundo, mas parece que é exatamente isso que vai acontecer. Com a intenção de fazer a “3a. Revolução Industrial”, a ilha da Sicília - 5 milhões de habitantes - está na iminência de traçar um caminho visionário na busca de energias renováveis baseado no conceito de que consumidores individuais de eletricidade também podem se tornar produtores por meio de prédios super-eficientes e assim guiar o mundo para a saída do “crepúsculo” da era de combustíveis fósseis e de tecnologia nuclear da Guerra Fria.. O plano de energia da Sicília foi revelado no final de semana em Palermo.
Jeremy Rifkin - professor americano e consultor de energia da Comissão Europeia - manteve seu público hipnotizado por uma hora, explicando como a humanidade escorregará para a aniquilação climática se não mudar radicalmente de curso e adotar um futuro baseado no sol, vento, ondas e biomassa, além de tecnologia de hidrogênio para armazenar a eletricidade excedente.
“Se você pode criar uma Sicília sustentável, talvez possa criar um mundo sustentável”, concluiu, enquanto a plateia aplaudia de pé.
Por que a Sicília?
A principal razão é o fator geográfico da ilha. Além do sol que é presente o ano inteiro, os produtores de energia veem um mercado inexplorado e uma grande chance de crescimento. A máfia siciliana também vem “contribuindo” com o meio ambiente e se tornando “verde”. Recentemente, a polícia prendeu oito empresários e autoridades locais suspeitos de conspirar para garantir o financiamento para uma fazenda eólica. A estratégia de energia renovável prevê € 5 bilhões de financiamento em cinco anos, na maior parte da União Europeia. Ele prometeu que impedirá qualquer tentativa de seus aliados do governo de centro-direita de Silvio Berlusconi de instalar uma usina nuclear na ilha.
Com a crise financeira, Rifkin se preocupa que os governos gastem muito tentando resgatar indústrias “antigas”, como a dos carros movidos a gasolina e indústrias nucleares, e que sobre pouco para o novo.
Ele elogia o presidente americano Barack Obama por ver o futuro na energia renovável, mas diz que Washington ainda está muito presa à ideia de usinas de energia eólica ou solar centralizadas e grandes em vez de adotar sua visão de “energia distribuída”, ou de prédios eficientes que podem vender o excedente de volta para o sistema através de “redes inteligentes”.
Trabalhando cidade por cidade -ele se recusa a dizer quais cidades na Europa por razões comerciais- Rifkin está reunindo o apoio de grandes empresas -inclusive IBM, Siemens, Philips Lighting, a imobiliária Cushman & Wakefield e outras- em seu grupo de planejamento.
A Agência Internacional de Energia diz que os prédios no mundo inteiro são responsáveis por mais de 40% do uso de energia e 24% das emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: Uol
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