segunda-feira, 27 de abril de 2009

A opção solar

O incremento de calor na Terra, em algumas regiões causando enchentes e em outras aumentando a desertificação, tem uma participação de 57% da emissão dos seus gases causadores decorrente da produção e do uso da energia.

O aquecimento global é um problema para estadistas e sua solução requer efetiva participação de todos, porque a sobrevivência do planeta está na conciliação entre crescimento econômico e consequente aumento da demanda por energia, com sustentabilidade ambiental.

A matriz elétrica brasileira é privilegiada pela grande participação das hidráulicas na geração de eletricidade, mas os impactos ambientais na Amazônia mostram necessidade de transitarmos para o sistema hidrotérmico.

Essa transformação imposta pela segurança energética deve ser feita sem preconceitos, com participação da energia complementar de fontes renováveis, mas também com outros energéticos quando de forma harmoniosa se analisa a necessidade social, modicidade tarifária, tecnologia disponível, aspectos ambientais e geopolíticos e estratégia de desenvolvimento.

Nesse contexto, aparece a solar como solução. Fonte inesgotável de conteúdo energético, a geração solar concentrada, ou a fotovoltaica descentralizada, tem como obstáculo sua escala comercial, custando hoje oito vezes mais que a geração hidrelétrica.

Depende do esgotamento de outras fontes mais baratas para ter relevante participação na matriz brasileira. Mas a energia solar fototérmica é urgente na substituição da eletricidade para aquecer água, de dia guardando o líquido nos reservatórios e no começo da noite no lugar dos chuveiros elétricos, o equipamento de mais alta potência instalado nas residências e quase sempre utilizado nesse horário.

Chuveiros elétricos no Brasil participam em 20% da demanda na hora de carga máxima. Se todos eles fossem substituídos por sistemas solares teríamos disponibilidade de 7 mil megawatts médios, o que significa economia de R$ 20 bilhões, deixar de alagar 885 milhões de m² de área e evitar emissão de um milhão e 300 mil toneladas de CO2. É claro que isso não acontece assim, porque a economicidade é melhor nas novas construções.

No mundo, 45 países já registram 159 milhões de coletores solares, potência igual ao do sistema elétrico brasileiro. Esse é, portanto, momento importantíssimo para que Estados e municípios tornem obrigatórios nos padrões de construção e códigos de edificações, o uso da energia solar para aquecimento da água.

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