Utilização de resíduos agrícolas oriundos da agropecuária pode ser uma das formas viáveis na produção de energia renovável. Os resíduos podem ser processados usando tecnologias de secagem e compactação por briquetagem a fim de produzir um biocombustível sólido capaz de gerar calor na própria propriedade ou ser vendido no mercado interno ou externo.
A biomassa residual é encontrada em todas as propriedades rurais e a proposta é incentivar o aproveitamento para produção de biocombustível sólido na forma de briquetes. Qualquer resíduo agrícola ou florestal, pode ser a matéria-prima para a produção de briquetes.
Analisar a possibilidade de produzir briquetes a ser utilizados na termoelétrica e conhecer a planta de biodiesel, foram os motivos que levaram os pesquisadores José Dilcio Rocha, Simone Mendonça e Sílvia Belém da Embrapa Agroenergia e Roberto Carvalho, técnico do Embrapa Transferência de Tecnologia, a visitarem a empresa Goiás Verde Alimentos Ltda, em Luziânia/GO, na última quarta-feira, 29. De acordo com o pesquisador José Dilcio da Rocha, a empresa produz biomassa a partir de resíduos de soja, girassol, algodão, sorgo e sebo bovino e processa milho (2.000 ha), ervilha (800 ha),tomate, soja, feijão, entre outras. A empresa pretende reativar a usina de biodiesel e utilizar resíduos agrícolas para co-geração de energia elétrica. Rocha ressalta que este foi o primeiro contato entre as duas empresas.
A Goiás Verde Alimentos Ltda tem duas plantas de biodiesel: uma de capacidade de 1.500 l/dia, completamente automatizada e desativada por dificuldades de adaptação da sua operação as diversas matérias-primas usadas. A outra planta tem capacidade de 20.000 l/dia com reator de 3.000 l por batelada, usa a rota metílica com NaOH e já processou óleo de soja, de girassol, de caroço de algodão e sebo. A usina de biodiesel foi construída a partir de material reciclado com assessoria de uma empresa de Sorriso-MT e de professores da UnB. A produção já atendeu 100% do consumo de diesel da empresa com 7.000 l/dia com B100, ou seja, biodiesel puro.
Outro projeto da empresa que encontra-se em implantação é uma termelétrica a biomassa com capacidade de 2,5 MW baseado em ciclo a vapor convencional para co-geração em substituição à energia elétrica atualmente utilizada. Existe uma grande demanda de vapor de processo nas unidades de beneficiamento da produção agrícola. A termelétrica operará com a queima de cavaco de madeira com insumos próprios por meios de resíduos de culturas e comprados de vizinhos na forma natural ou em briquetes. O gerente da empresa, Carlos Heirich, adiantou que em um mês, a planta deve estar construída.
Além desta visita técnica, na parte da tarde, a equipe conheceu a cooperativa do PAD-DF e as atividades e formas de operar junto as produtores cooperados.
Resíduos Agrícolas
“É enorme o potencial dos resíduos agrícolas como biomassa energética. Existe a necessidade de produção de energias alternativas às geradas pela queima de combustíveis fósseis, pois com isso o setor agrícola pode ser um dos geradores de energia renovável, minimizando o impacto ambiental da atividade”, ressalta José Dilcio.”
Os resíduos podem ser processados usando tecnologias de secagem e compactação por briquetagem a fim de produzir um biocombustível sólido capaz de gerar calor na própria propriedade ou ser vendido no mercado e até mesmo exportado.
Com o aproveitamento energético da biomassa residual, a renda do pequeno produtor pode ser incrementada, proporcionando uma melhor qualidade de vida, além de evitar que este material seja queimado a céu aberto, causando danos ao meio ambiente sem gerar nenhum tipo de benefício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário