segunda-feira, 22 de junho de 2009

Brasil deverá ter mais quatro usinas nucleares até 2030

Depois da Usina Nuclear de Angra 3, que deverá entrar em operação em 2014, o governo pretende construir mais quatro usinas nucleares até 2030, cada uma com 1 mil megawatts de potência. A primeira deve entrar em operação em 2019, na Região Nordeste, entre Recife e Salvador. Outra usina deve ser construída na mesma região, e mais duas na Região Sudeste, entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.

As informações são do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, que participou nesta terça-feira de audiência pública na Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas. "O prosseguimento do programa nuclear será feito através de dois sítios de usinas, um na Região Nordeste e um no Sudeste, e cada um poderá ter várias unidades. Mas o que se está planejando até 2030 são duas unidades no sítio do Nordeste e duas no Sudeste", explicou.

Durante a audiência pública, Ventura chegou a dizer que o preço do megawatt-hora da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), deve ficar em torno de R$ 50. Entretanto, depois, ele afirmou que o preço não deverá ser tão baixo, ficando abaixo do custo da energia das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), que ficaram em R$ 78,8 e R$ 71,4, respectivamente.

Para ele, Belo Monte é uma usina extremamente favorável, tem uma obra fácil de ser feita e já está com transmissão de energia pronta, que é a linha Turucuí-Manaus. "(A usina) tem uma estrutura local que facilitará sua construção, o Rio Xingu tem uma característica hidrológica de ter muita água, em suma, tem vários fatores que sinalizam que é uma usina econômica", disse o secretário.

Ventura lembrou que o Brasil se destaca atualmente no uso de energias renováveis, com 46% de matriz energética composta por essas fontes, enquanto no mundo esse percentual é de 14%. "Até 2030, a politica energética brasileira procurará manter esses valores e se manter auto-suficiente, com metade de fontes renováveis", afirmou.

Segundo o secretário, apesar de o Brasil estar concentrando seus esforços para diminuir o uso de combustíveis fósseis, isso não o impede de investir na exploração de petróleo, como na camada pré-sal.

"Infelizmente, o mundo vai continuar usando os combustíveis fósseis e, se o Brasil souber explorar (seus recursos) adequadamente, seremos um dos grandes exportadores de petróleo e gás natural, e temos esperança de nos tornarmos um gigante no futuro."

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