Apesar de ter 46% da sua matriz energética e 89% da sua matriz de energia elétrica provenientes de fontes renováveis, o Brasil ainda tem potencial enorme que não é explorado e uma carência muito grande no setor. Mas, mesmo assim, está muito à frente das grandes potências mundiais – que têm sua base energética em fontes fósseis e não-renováveis – e já se tornou referência mundial no assunto.
As afirmações são do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, que proferiu a palestra de abertura do 4.º Congresso Internacional de Bioenergia e do 1.º Congresso Brasileiro de Geração Distribuída e Energias Renováveis, eventos que transcorrem paralelamente em Curitiba sob a coordenação da Copel, em parceira com a Itaipu Binacional e a Universidade Federal do Paraná.
Os dois encontros, mais a 2.ª Feira Internacional de Tecnologia em Bioenergia e Biocombustível, vão se estender até sexta-feira (21), reunindo cerca de 900 técnicos, estudiosos, pesquisadores e especialistas em energias renováveis no Teatro Positivo e no espaço ExpoUnimed, no campus da Universidade Positivo, em Curitiba.
EXPANSÃO – Em sua palestra, o diretor-geral da Aneel ressaltou que os níveis de consumo de energia elétrica no Brasil correspondem a apenas um sétimo da média de eletricidade utilizada em países como os Estados Unidos ou algumas nações européias, e com índices de crescimento que exigem acrescentar ao parque de geração algo em torno de 3 mil megawatts médios de potência a cada ano. “Isto mostra que não somos esbanjadores”, destacou Nelson Hubner. “Essa expansão é necessária para sustentar o crescimento econômico brasileiro e para garantir melhor qualidade de vida às pessoas\", afirmou.
O diretor da Aneel lembrou que a decisão para escolha da fonte que deverá suprir esta demanda precisa levar em conta o custo de produção da eletricidade, a segurança energética do sistema interligado e, fundamentalmente, o seu impacto ambiental, assegurando a sustentabilidade dos empreendimentos.
BIOMASSA – É justamente nesse ponto que a disponibilidade de fontes renováveis para a produção de energia elétrica no Brasil assume importância estratégica. Para ajudar a suprir a demanda atual, explicou Hubner, está sendo necessário recorrer a complementações cada vez maiores de energia térmica, cujos custos ambientais e de geração são mais elevados e, como conseqüência, encarecem o preço da energia elétrica ao consumidor final. “O ideal é que essas usinas complementares tenham custo variável mais baixo, como a energia eólica, e com maior potencial instalado”, avaliou Nelson Hubner.
Uma boa aposta, segundo ele, seria a biomassa resultante do processamento da cana-de-açúcar nas usinas de álcool. “O bagaço de cana é uma alternativa absolutamente complementar à energia hidráulica e a custos competitivos, pois a produção de etanol acontece exatamente nas épocas de seca, quando a reposição de água nos reservatórios é menor em função da escassez de chuvas”, sugeriu o diretor.
RESIDENCIAL – Além do uso mais intensivo da biomassa e do aumento da exploração do potencial hidráulico, o diretor da Aneel vê nas opções da energia eólica e solar um papel importante para o suprimento do mercado consumidor brasileiro nos próximos anos. “Também estamos regulamentando os medidores eletrônicos para que possamos desenvolver a geração residencial no Brasil”, acrescentou Hubner, antevendo a possibilidade de equipamentos como as células a combustível virem a se multiplicar pelos lares brasileiros no futuro. “Tais medidores irão permitir aos consumidores vender os excedentes de produção para as concessionárias de energia”, concluiu.
fonte: agencia estadual de noticias
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