segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Catavento leva energia elétrica a comunidades

Catavento montado, com gerador e hélice, a ser interligado à bateria, que armazena a energia acionada por interruptores instalados nas as residências. O catavento não serve mais apenas para puxar água. Agora leva energia elétrica para dentro das residências.

Tabuleiro do Norte. No ferro velho, nada se cria ou perde-se, mas se transforma. Foi-se o tempo em que cata-vento era utilizado no Interior somente para puxar água para agricultura. Com poucas ferramentas e muita criatividade, um mecânico eletricista deste município está construindo aerogeradores de energia elétrica adaptando peças de carro e alumínio de sucata. Os cata-ventos decoram os tetos das casas na zona urbana e sítios rurais de Tabuleiro do Norte, gerando energia para TVs, antenas parabólicas e lâmpadas. A idéia gerou bons ventos, e o equipamento é vendido até para outros Estados.

Primeiro foi o pai, que, na década de 70 (início da utilização em escala comercial da energia eólica no Brasil) já dava outra função aos “cata-ventos de puxar água”. Agora foi a vez do filho, José Cláudio Maia Costa, 50 anos, difundir o uso da energia alternativa por meio dos cata-ventos, ainda mais nesses tempos de aquecimento global. O lugar é nada menos que o município de Tabuleiro do Norte, a conhecida “cidade dos caminhoneiros” e do setor “eletrometalmecânico”.

“Zé” Cláudio é eletricista. Até pouco tempo seu ganha-pão era somente fazer/reparar a instalação elétrica dos carros. Mas foi aí que, pegando uma bateria ali, um ‘alternador’ acolá e uma sucata aqui, montou um aerogerador. Mesmo sem nenhum curso de formação na área em que atua ‘por vocação’, aperfeiçoou a máquina e, na própria oficina mecânica, produz as peças, desde a fundição do alumínio à confecção artesanal das hélices de fibra. “Eu comecei experimentando com três hélices, mas fiz testes de voltagem e potência e vi que o de duas hélices tem gerado mais energia”, explica.

Potência

Os aerogeradores desenvolvem uma potência média de 300watts. Conforme Cláudio, o trabalho de um dia de “bons ventos” é suficiente para o cata-vento abastecer, eletricamente, seis lâmpadas fluorescentes, uma TV de 14 polegadas e um receptor de antena parabólica, tudo ao mesmo tempo num intervalo de cinco a seis horas. Pouco, se comparado às necessidades atuais de uma residência, mas é comparável à energia produzida pelas placas de energia solar, outra fonte limpa e renovável de energia. “É uma boa economia, principalmente do jeito que a energia tá custando caro”.

Com a expansão da eletrificação no Brasil, os “cata-ventos elétricos” tem sido mais comuns nos sítios da zona rural, onde ainda não há rede elétrica. Também no litoral cearense está um bom filão de consumidores, dado o elevado potencial eólico nessa região. “Já vendi para gente de Aracati, Cascavel, Beberibe. Lá, colocam o aparelho mesmo na praia, é vento que não acaba mais, fornecendo energia”.

fonte: Tori

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito desse projeto e gostaria de manter contato urgente.

Edson Martinho disse...

Boa tarde, para contato veja as informações abaixo
Interessados no cata-vento falar com José Cláudio Maia Costa
Tabuleiro do Norte, Vale do Jaguaribe
(88) 9904.1566