quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A crescente força da energia eólica

Nos últimos tempos, no Brasil, a figura de Éolo, o deus dos ventos, filho de Zeus, tem inspirado um inusitado movimento de persuasão das autoridades brasileiras, objetivando a concessão de subsídios e financiamentos à construção de térmicas movidas pela ação do vento.
Circula no Legislativo federal um projeto que cria um fundo de estímulo à energia renovável, o que beneficiará, além das usinas de bagaço e madeira, as pequenas centrais hidroelétricas e as térmicas eólicas.
O Estado do Ceará tem se destacado na implantação das mencionadas usinas eólicas.
Conforme os informes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a capacidade geradora existente no Brasil das eólicas é da ordem de 550 mil megawatts (MW).
Consoante o mapa eólico de 2001, a região nordestina brasileira tem um potencial gerador da ordem de 143 mil megawatts, o que corresponde a 10 Itaipu.
Em 25 de novembro deste ano, haverá o leilão de energia eólica, do qual participarão 441 projetos, predominando os do nordeste, com 332 deles, com capacidade geradora de 13 mil megawatts.
Se o leilão for bem-sucedido, os empresários interessados na energia eólica terão de investir perto de R$ 10 bilhões, nos próximos anos, na compra dos equipamentos, como aerogeradores e turbinas, ainda quase todos importados, inclusive a sua tecnologia.
A maioria das empresas candidatas é de capital estrangeiro e olham para o Brasil com grande interesse também nesse segmento de energia eólica.
Sem combustíveis fósseis disponíveis e altamente dependente da importação de energia até os anos 80, a Dinamarca lidera o aproveitamento das correntes de vento em todo o universo.
Desde o ano de 1891, os dinamarqueses utilizam o vento como forma de energia, sendo que 20% do seu consumo elétrico provêm desta fonte renovável.
Ademais, com o escasso espaço disponível em terra, os vikings instalaram as suas plantas eólicas no oceano, em pleno Mar do Norte, a 14 quilômetros da costa.
São gigantescas turbinas, com mais de 100 metros de cumprimento, fixadas a 20 metros de profundidade do mar.
Os valores dos investimentos são igualmente, astronômicos, estimados em 470 milhões de euros, saindo muito mais caro que a construção das usinas em terra.
A manutenção também é difícil e onerosa. Já contam os nórdicos com 8 parques eólicos offshore, e são os pioneiros nessas instalações, liderando o fornecimento de turbinas para Alemanha, Espanha e Inglaterra.
Uma pequena ilha de Sanso, no território dinamarquês, com 4 mil habitantes, sedia um projeto piloto de energia eólica, com dez moinhos instalados no mar.
É fundamental, entre nós, a aprovação de uma política governamental para as eólicas, o que, aliás, está sendo reivindicado também pelo setor da biomassa e solar.
Com o pré-sal, as energias limpas e renováveis receiam ser atropeladas pelas cotações do petróleo.
Inquestionavelmente, a versatilidade do petróleo e seus derivados, aliada à facilidade do seu transporte e manuseio, são razões suficientes para a sua crescente importância entre nós.
O Brasil tem, ademais, uma das matrizes energéticas mais ecológicas do universo, com 50% de toda a energia oriunda de fontes renováveis, o que deveria ser preservado.
O custo da geração de energia eólica é estimado em R$ 230 por megawatt-hora, considerado caro quando comparado com a hidroeletricidade e com a energia do bagaço da cana-de-açúcar.
Não obstante, o valor fica abaixo do custo das térmicas a óleo diesel, da ordem de R$ 600 por megawatt-hora.
A energia eólica ganha importância no setor energético brasileiro, e tem futuro promissor.
Fonte: DCI

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