Mesmo sem uma política de longo prazo definida pelo governo, a indústria de energia eólica começa a deslanchar no Brasil. A gigante mundial americana General Electric anunciou esta semana que vai fazer frente às duas únicas fabricantes de aerogeradores no País – Wobben e Impsa – e produzir estes equipamentos em sua fábrica em Campinas (SP). A GE é a segunda maior fabricante do mundo e perde somente para a dinamarquesa Vestas.
O objetivo inicial da companhia não é nada modesto. Segundo contou à reportagem do Jornal da Energia o diretor de marketing da GE Energy, Marcelo Prado, a intenção é abocanhar o fornecimento de até 30% dos projetos vencedores do leilão específico da fonte, marcado para 14 de dezembro, que possui 13,4 mil MW de projetos inscritos. Esta participação de mercado, de acordo com Prado, está alinhada com o market share que a companhia possui no resto do mundo. “Nos Estados Unidos, este número é de 50%”, diz.
Segundo o executivo, cerca de R$146 milhões foram investidos para tornar realidade a produção das máquinas. Deste montante, aproximadamente 95% foi alocado na Tecsis, empresa que fornece cerca de 60% das pás eólicas para os aerogeradores da GE vendidos em todo mundo. “Nós vamos fabricar algumas partes, importar outras e comprar aqui no Brasil o restante”, explica Prado, que não quis revelar a capacidade de produção da planta fabril.
Os aerogeradores da GE terão índice de nacionalização superior a 60%, o que atende às exigências que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faz para conceder financiamentos aos empreendedores. Inicialmente, a empresa irá fabricar apenas modelos de 1,5MW de capacidade, mas há planos para produzir turbinas de 1,6MW, que serão equipadas com softwares mais avançados.
A aposta da GE no Brasil deve-se ao fato da energia eólica estar se tornando cada vez mais popular na Europa e nos Estados Unidos. Prado acredita que a médio e longo prazo esta fonte vai se tornar viável no mercado livre, assim como acontece atualmente com as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). “Primeiro a fonte vai se desenvolver com os leilões do governo, depois teremos a inserção destes projetos no mercado livre”, opina.
A produção das máquinas ainda não começou. O diretor da GE projeta que, após o resultado do leilão, os negócios comecem a ser fechados. O início de entrega dos primeiros aerogeradores deve acontecer em meados do ano que vem, segundo ele.
Fonte: Jornal da Energia
Nenhum comentário:
Postar um comentário