O crescimento acelerado da energia solar fotovoltaica na Alemanha levou o governo federal a anunciar um corte de 15% a partir de Abril nos subsídios às tarifas pagas à produção das novas instalações comerciais e industriais em ambiente urbano. E de 15% e 25% a partir de Julho em ambiente rural, para instalações em campo aberto e em propriedades agrícolas, respectivamente.
Norbert Rottgen, ministro alemão do Ambiente, garantiu, no entanto, que a produção de energia solar fotovoltaica destinada apenas ao uso familiar ou pessoal irá receber subsídios 42% mais elevados do que os actuais.
Segundo o jornal alemão "Hamburger Abenbblatt", o ministro justificou as medidas para cortar cerca de mil milhões de euros de subsídios argumentando que "há sobrefinanciamento da indústria de energia solar".
A publicação online EurActiv salienta também que "os subsídios às tarifas eléctricas solares têm estado sob pressão, porque os preços dos painéis solares na Alemanha caíram cerca de 1/3 devido à grande oferta no mercado verificada no ano passado".
Recorde-se que a 13 de Janeiro o governo francês anunciou igualmente um corte de 24% nos subsídios às tarifas, que passaram de 55 para 42 cêntimos por kilowatt/hora, "mas apenas para os novos projectos". Justificação para esta medida: acabar com uma "bolha especulativa" que se estava a desenvolver no mercado desde Novembro de 2009.
Onda de falências e milhares de desempregados?
A Associação Federal da Indústria Solar alemã já reagiu e em comunicado prevê que, se as medidas anunciadas pelo governo foram aplicadas, "haverá uma onda de falências no sector da energia fotovoltaica e a perda de dezenas de milhares de postos de trabalho".
E adianta que a iniciativa pode mesmo levar a uma paralisia do sector a nível mundial, que é liderado pela Alemanha, país que detém metade do mercado global.
A Federação das Energias Renováveis (BEE) vai mesmo mais longe e alega que "os cortes anunciados ameaçam os fundamentos da indústria solar alemã e a mudança para uma era das energias renováveis".
E se o Ministério do Ambiente "quer concretizar os seus planos ambiciosos para basear o fornecimento de energia na Alemanha quase inteiramente em energias renováveis em 2050, deve assegurar subsídios adequados em vez de assustar os investidores".
Em todo o caso, a revista de energia solar alemã "Photon" reconhece que a indústria pode lidar com facilidade com uma redução de 15% nos subsídios.
Fonte: Expresso (Portugal)
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