quarta-feira, 17 de março de 2010

Sai o 1º condomínio com energia eólica

Santa Catarina - O primeiro empreendimento imobiliário com produção de energia eólica no Brasil é residencial e será lançado este mês, em Florianópolis. O projeto, batizado de Neo, prevê a instalação de duas turbinas de vento, uma em cada torre.
Elas farão o aquecimento de toda água que será consumida pelos 24 apartamentos do condomínio, cuja entrega está prevista para março de 2012.
Desenvolvido nos Estados Unidos e trazido para o Brasil pelo arquiteto e urbanista paulista Jaques Suchodolski, o equipamento é composto por duas turbinas — que medem 1,20m de diâmetro e 6m de altura — capazes de gerar aproximadamente 5 kW cada. Ambas atuam em conjunto com painéis solares, que captam a energia do sol.
"A tecnologia será capaz de produzir 100% da energia que será usada no condomínio, que não utilizará nenhum tipo de combustível fóssil. Hoje, apenas o aquecimento da água representa 50% do gasto com energia nas regiões Sul e Sudeste", diz Suchodolski.
Segundo o arquiteto, o equipamento escolhido — foram dois anos de busca até chegar ao fornecedor ideal — conjuga tecnologia de ponta com um design moderno.
"O posicionamento do eixo do rotor em relação à direção do vento é essencial".
Os equipamentos mais antigos, como os moinhos de vento, têm turbinas de eixo horizontal (as pás giram num plano perpendicular à direção principal do vento). Dessa forma, requerem um vento puro e contínuo.
Já a tecnologia que será usada no condomínio tem turbinas de eixo vertical (as pás giram num plano paralelo à direção do vento) e, por isso, utilizam qualquer tipo de vento, não fazem barulho e não oferecem risco para os pássaros, destaca.
Sem revelar o investimento total feito no projeto, Suchodolski conta que o valor estimado de cada uma das turbinas é de US$ 16 mil: "É um acréscimo de custo perfeitamente absorvível por um empreendimento deste porte".
Ainda segundo Suchodolski, o empreendimento terá outros dispositivos sustentáveis, como uma estação de tratamento de esgoto, com direito a uma cisterna específica para água a ser reutilizada, destinada, por exemplo, à irrigação das áreas verdes. Dessa forma, completa ele, o consumo será reduzido em 50%: "Além disso, o condomínio usará madeira de reflorestamento certificada, tintas e vernizes à base de água. A iluminação será feita por lâmpadas LED, que são mais econômicas, e terá sensores de presença".
fonte: O Globo - 14-03-2010

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