domingo, 23 de maio de 2010

Governo quer turbinar leilão de renováveis para não contratar térmicas em 2010

O governo está estudando a possibilidade de usar o leilão para fontes alternativas (eólicas, PCHs e centrais a biomassa) para contratar, além do que já seria contratado como energia de reserva, um montante extra para atender a demanda das distribuidoras até 2013. Com isso, o certame renovável tomaria o lugar do A-3, que estava previsto para ocorrer até o final do ano.
A intenção com a mudança é aproveitar a grande oferta de projetos cadastrados e evitar a licitação de plantas termelétricas. Para o leilão de renováveis, a EPE recebeu a inscrição de 478 projetos, que somam 14.529MW de capacidade.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que participou nesta terça-feira (18/05) de audiência pública na Câmara dos Deputados.
A estratégia está em linha com o Plano Decenal de Energia 2010-2019 (PDE), que está em consulta pública até o início de junho. O documento prevê a expansão da matriz energética brasileira por meio de fontes renováveis, sem a licitação de novas termelétricas a gás, carvão e óleo.
A data do certame também deve ser alterada. Tolmasquim, durante audiência publica realizada na Câmara dos Deputados, afirmou que o leilão fica "mais para o início do segundo semestre, mais para agosto". A intenção inicial era promover a concorrência em junho. Nesta terça, a Aneel retirou de pauta o processo que aprovaria o edital do pregão e alegou que a EPE pediu mais tempo para realizar a habilitação dos empreendimentos.
O presidente da EPE também destacou o forte interesse que o setor eólico tem despertado na iniciativa privada e arriscou prever que a fonte deve ser a mais contratada no leilão. "Ela se apresentou com mais vigor, com muita força. Então, provavelmente terá um papel melhor. Se você tem mais investidores, a perspectiva de contratar mais se abre, porque aí pode cair mais o preço", analisou.
Tolmasquim afirmou ainda que vê um interesse cada vez maior das indústrias do setor em se instalar no País. E que, inclusive, o assunto seria debatido logo após a reunião na Câmara. "Um grande fabricante internacional soube que eu estava aqui e pediu para me contatarem. Ele está me esperando para uma conversa, porque está interessado em vir para o Brasil", revelou o executivo. Para ele, o País surge como uma plataforma para que as multinacionais se lancem também para o mercado da América Latina. "Estamos prontos para um ciclo virtuoso".
Fonte: Jornal da Energia 18/5

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