segunda-feira, 7 de junho de 2010

Motor a etanol pode ser a solução do carro elétrico

Uma solução bem brasileira para estimular o uso de carros elétricos no País será apresentada nessa semana no Michelin Challenge Bibendum, evento internacional sobre veículos limpos. A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) vão sugerir às empresas da indústria automotiva a produção de veículos híbridos movidos a etanol - uma espécie de versão flex do carro elétrico.
A ideia é eliminar o problema da baixa autonomia, desvantagem comum dos veículos movidos exclusivamente a bateria, sem perder de vista o conceito de carro ambientalmente correto - o etanol resolve as duas questões no país onde o etanol já é tão vendido quanto a gasolina para o abastecimento de automóveis tradicionais.
O carro híbrido, que possui um motor movido a bateria e outro acionado por combustível, já tem boa aceitação em países como Japão e Estados Unidos. A novidade que será apresentada no evento é o uso do etanol como combustível, inédito no mundo.
"Nos Estados Unidos, o carro híbrido vende como pãozinho quente. É uma solução interessante que pode ser adaptada no Brasil com a substituição da gasolina ou do diesel pelo etanol", conta Jayme Buarque de Hollanda, diretor-geral do INEE.
O especialista lembra que a Toyota vendeu no ano passado 300 mil veículos do modelo Prius, o carro híbrido mais procurado no mundo. Ele usa um sistema que alterna entre o motor elétrico e a combustão e recarrega as baterias quando o carro é freado. Em São Paulo, alguns ônibus híbridos produzidos no País já circulam, mas são movidos a diesel. "Os modelos atuais não resolvem a questão principal, que é ter um carro ambientalmente correto e eficiente do ponto de vista energético".
O uso do etanol como combustível complementar faria também do combustível um aliado e não mais um concorrente do carro elétrico. "Alguns podem achar que o carro elétrico vai tirar mercado do etanol, mas estamos provando que os dois podem ser aliados", afirmou. Na semana passada, o governo adiou o anúncio de medidas de incentivo ao carro elétrico, entre as quais a redução gradual de impostos sobre a produção.
A sugestão do "carro mais verde do mundo", movido a etanol e a bateria, é um dos pontos que constam de um documento que será encaminhado a montadoras e representantes do governo nas próximas semanas. Uma prévia deste mapeamento será apresentada no 7º Seminário VE 2010, promovido pelo INEE como parte do evento organizado pela Michelin. Antecipado ao iG, o estudo lista vantagens e desvantagens do carro elétrico.
Fonte: Boletim ABESCO

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