segunda-feira, 7 de junho de 2010

Preço de energias alternativas está caindo

Os custos de fontes de energia alternativas, como centrais eólicas e solares, estão em queda e a competitividade dessas matrizes é crescente. A avaliação é do coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Green-peace Brasil, Ricardo Baitelo. "As novas energias renováveis estão baixando de preço. A eólica já custou o dobro, mas o preço está se reduzindo, e a solar tem caído cerca de 10% ao ano."
O coordenador admite que no Brasil, por não haver fabricação nacional em grande escala, alguns dos equipamentos necessários para a produção desse tipo de energia ainda são caros.
Subsídios indiretos. Para ele, a comparação dessas fontes com de Belo Monte deve levar em conta os subsídios indiretos dados pelo governo ao projeto da hidrelétrica, embutidos principalmente nas condições de financiamento oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Opinião semelhante à do coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil tem o líder da estratégia de infraestrutura da iniciativa amazônica da Rede WWF, Pedro Bara Neto. "Sem o saco de bondades oferecido pelo governo, a usina de Belo Monte não é viável. Tiveram de subsidiar a transmissão, o autoprodutor. O sistema de subsídios está montado para hidrelétricas de grande porte", afirma.
O representante do WWF pondera que não é contrário a obras de hidrelétricas, mas contra a política de priorizar apenas esses grandes projetos. "Não somos contra hidrelétricas grandes, somos contra focar só em hidrelétricas grandes", diz.
Para Baitelo, o grande problema de Belo Monte está no baixo rendimento da usina. Por armazenar pouca água, ela terá produção reduzida nos meses de seca. "Belo Monte não garante a segurança energética por causa do reservatório baixo", afirma.
O projeto da usina de Belo Monte foi remodelado para reduzir o alagamento justamente para satisfazer exigências dos órgãos ambientais.
O técnico do Greenpeace acrescenta que a energia eólica é suplementar, e não concorrente das hidrelétricas. Para ele, as centrais eólicas e as usinas de biomassa poderiam exercer o papel complementar que hoje é desempenhado pelas termelétricas movidas a gás. / L.G.
Fonte: O Estado de SP - 07/06

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