A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) está preocupada com a competitividade das usinas a biomassa nos leilões de reserva e de fontes renováveis, que acontecem em 25 e 26 de agosto. Segundo o assessor de bioeletricidade da entidade, Zilmar de Souza, o preço-teto estabelecido para a fonte - que ficou em R$156 no certame de reserva e em R$165 no de fontes alternativas - não é o que o setor esperava.
"Esse preço não está adequado para estimular investimentos para os próximos certames, principalmente o preço no de reserva", afirma Zilmar. Ele lembra que, em 2008, no primeiro leilão voltado para a biomassa, a tarifa limite ficou em R$157. "Isso, hoje, daria R$173. E ainda assim, foi um valor que não conseguiu estimular, naquela época, um investimento total no setor, frente ao potencial que existe", explica.
O assessor da Unica afirma que, em 2008, a maioria dos projetos era grreenfield - envolvendo novas instalações -, enquanto hoje quase todos são retrofit - de reforma de usinas já existentes para gerar energia extra. "Nos projetos greenfield, o modelo de negócios já envolve bioeletricidade. No retrofit, o custo por MW instalado acaba sendo bem maior", argumenta. O executivo também lembra que em 2008 havia uma linha especial de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor, o que não existe mais.
"Agora, nossos associados estão revendo seus projetos, vendo o que pode ser feito ou ajustado. Certamente esse preço vai comprometer a participação das usinas a biomassa no leilão", garante Zilmar. Ele também lembra que falta isonomia entre as fontes, uma vez que os parques eólicos contam com vantajosos financiamentos juntos ao Banco do Nordeste (BNB). "Não é só questão de preço. Temos que ver também a parte fiscal, tributária e de financiamento. Vejo que falta uma política setorial para a biomassa", aponta o assessora da Unica.
As usinas a biomassa somam 69 projetos cadastrados nos leilões, totalizando 4.170MW. A fonte foi a segunda com mais inscrições para a competição, atrás apenas dos parques eólicos, que contam com 11.214MW. No total, os certames vão envolver empreendimentos que contabilizam 15.774MW em potência instalada.
Fonte: Jornal da Energia 23/7
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