sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cientistas acreditam em renascimento nuclear nos próximos vinte anos

Cientistas da Imperial College London e da Universidade de Cambridge, ambas na Inglaterra, divulgaram um estudo em que propõem um plano para a retomada dos investimentos globais em energia nuclear. De acordo com os pesquisadores, as novas tecnologias no setor vão permitir que a fonte seja um trunfo para a redução das emissões de carbono nos próximos vinte anos.
O texto traça um plano em dois estágios, com o alongamento da vida útil das usinas existentes e a expansão da indústria nuclear, que ganharia força por volta de 2030. Entre as inovações que devem surgir, os cientistas acreditam na criação de reatores mais eficientes e com peças substituíveis, além de minireatores portáteis e instalações em navios.
"Nosso estudo explora as incríveis oportunidades que um renascimento na energia nuclear poderia trazer para o mundo. Preocupações sobre mudança climática, segurança energética e com o esgotamento das reservas de combustíveis fósseis têm estimulado um 'revival' do interesse na geração nuclear. E nosa pesquisa define uma estratégia para o crescimento da indústria a longo prazo", resume o professor Robin Grimes, do Departamento de Materiais do Imperium College London.
Os pesquisadores acreditam que, em 2030, os reatores poderão utilizar urânio para gerar energia de forma 15 vezes mais eficiente, o que faria com que as reservas mundiais do combustível durassem mais tempo. Eles também acreditam que seja possível aumentar a longevidade das centrais nucleares, que passariam a poder funcionar por até 70 anos - enquanto, hoje, a idade limite está entre 40 e 50 anos.
O professor Grims também ressalta a segurança da fonte. Segundo ele, existia, no passado, "a percepção da comunidade de que a tecnologia nuclear não era segura". Hoje, o cientista acredita que a segurança é justamente o foco do setor e destaca as melhorias feitas nos reatores para tornar a geração nuclear "parte importante de nosso suprimento de energia no futuro".
Os autores do estudo ainda chamam a atenção para a necessidade de os governos, em todo o mundo, investirem mais no treinamento da próxima geração de engenheiros nucleares. Eles acreditam que será necessário pessoal qualificado para que o cenário traçado em suas pesquisas possa se tornar realidade, com um "renascimento" da indústria nuclear.
Fonte. Jornal da Energia 10/9

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