sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Grupo português vai produzir painéis fotovoltaicos no Brasil

O grupo português VIV Energia Renovável está em fase final de negociação para a construção de uma fábrica de painéis fotovoltaicos no município de Lauro de Freitas, na Bahia. As obras da unidade devem ter início em até seis meses mas, antes mesmo disso, os investidores pretendem já dar os primeiros passos, com a instalação de uma linha de montagem temporária. A intenção é que algo entre 90% e 95% dos componentes para os painéis seja de fabricação local, adquirido junto a fornecedores nacionais. De importados, as placas teriam somente o seu "cérebro", que ainda não tem fabricação nacional e viria de parceiros da VIV na Espanha.
As informações foram adiantadas ao Jornal da Energia por um dos sócios do empreendimento, Otávio Mangano Fernandes. De acordo com o empresário, o grupo já tem o apoio do governo da Bahia e agora está correndo atrás de detalhes burocráticos, como abertura de empresa e recrutamento de novos parceiros que se interessem pelo negócio. A maior parte do capital, porém, virá dos portugueses, que também são os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto. A estimativa de Fernandes é de que o investimento na planta seja próximo de R$2,5 milhões somente em equipamentos para a linha de montagem.
O foco inicial do empreendimento é vender painéis para serem instalados em prédios comerciais, residências e até mesmo em casas populares, como as que estão sendo viabilizadas pelo programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, que prevê implantar aquecedores solares em parte das casas que serão construídas. Instalações em lugares de difícil acesso, nos Sistemas Isolados, e em estádios de futebol também são oportunidades observadas por Fernandes.
"Vamos mostrar nosso produto para o Brasil. Temos estudos que mostram que, realmente, o País está muito atrasado nesse segmento (solar). Há a possibilidade de se colocar isso no mercado, e há um campo muito grande para se trabalhar", prevê o investidor. Para ele, o País "focou muito na energia eólica e esqueceu o potencial solar".
Além de painéis, que poderão ser vendidos para aplicações de microgeração ou para projetos de usinas, a VIV pretende lançar no mercado outros produtos envolvendo a energia solar. Entre as novidades, estão postes de iluminação pública que vão utilizar módulos fotovoltaicos para abastecer lâmpadas LED, sistemas completos para aquecimento de água com a energia do sol e também bombas de sucção de água alimentadas pelos painéis. "Os postes, por exemplo, são muito competitivos. Podemos trabalhar eles junto aos municípios, e também com resorts, condomínios, hospitais", afirma Fernandes.
Os investidores também querem fechar parcerias com universidades para treinar mão de obra para a futura fábrica e para o desenvolvimento de novos projetos e tecnologias. Os funcionários da planta também ainda devem passar por treinamento oferecido pela própria VIV, tanto no País quanto no exterior.
"Nosso foco é mesmo o mercado interno, já que não temos essas placas por aqui, e vamos trazer a um preço acessível. Existe uma intenção muito forte em firmar parcerias com construtoras de primeira linha. Hoje o Brasil virou um canteiro de obras muito grande, tem Minha Casa, Minha Vida, Luz Para Todos, estádios para a Copa. Tudo isso pode ser feito com energia fotovoltaica", resume o empresário.
Fonte: Jornal da Energia 7/12

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