O trabalho de processamento do girassol na usina de biocombustível não ocupa mais do que três meses por ano. Para que os equipamentos pudessem ser melhor aproveitados, surgiu em 2009 o Programa de Coleta de Óleo Saturado, desenvolvido por meio do Projeto Verde é Vida, da Afubra, que há mais de 20 anos promove ações de educação ambiental. Com o apoio de escolas parceiras nos três estados do Sul, todo rejeito doméstico que anteriormente iria poluir a natureza se transforma em biodiesel – uma fonte alternativa de energia.
Para estimular a participação dos educandários, a associação repassa um crédito de R$ 0,50 para cada litro de óleo entregue. No final de cada ano letivo, as escolas recebem cheques correspondentes ao material recolhido. Os bônus podem ser trocados por mercadorias nas lojas da Agrocomercial Afubra. Para o coordenador do Projeto Verde é Vida, biólogo José Leon, os educandários ainda têm a vantagem de ter um instrumento a mais para trabalhar a consciência ecológica.
O objetivo, conforme explica, é sensibilizar as pessoas sobre os prejuízos que o óleo de fritura causa ao meio ambiente quando descartado incorretamente. Além disso, o resíduo, ao ser processado, transforma-se em combustível limpo. O biocombustível é uma alternativa aos derivados de petróleo e emite menos poluentes na atmosfera – contribuindo para a diminuição da poluição e do efeito estufa.
Desde o lançamento do Programa de Óleo Saturado, a produção de biocombustível triplicou. Em 2010, foram 35 municípios de abrangência, 257 escolas cadastradas, mais de 5,7 mil professores envolvidos e cerca de 76,9 mil alunos mobilizados. No total, mais de 61,6 mil litros de óleo deixaram de poluir o ambiente desde o lançamento das atividades. Para 2011, a intenção é ampliar a abrangência de atuação e levar as diretrizes do programa para mais de 90 municípios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Todo material recolhido é processado e se transforma em biocombustível, aproveitado em veículos da frota da Afubra. A caminhonete usada para a coleta do óleo é movida exclusivamente com o chamado B100 (100% biocombustível). Outros 13 veículos e máquinas também funcionam a partir da formulação. Além disso, quatro caminhões de grande porte e que viajam entre as filiais da entidade nos três Estados do Sul são abastecidos com o combustível B50. A expectativa é consumir 48 mil litros por ano com a frota.
Fonte: Gazeta do Sul
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