Em entrevista a Época NEGÓCIOS, o físico José Goldemberg, uma dos maiores especialistas em energia do Brasil, conta exemplos de países que conseguiram envolver a população para expandir o uso de energias renováveis. Mesmo lembrando que nossa matriz energética é preponderantemente limpa, casos como os descritos abaixo soam utópicos para a realidade brasileira. Ainda assim, inspiram iniciativas semelhantes por aqui.
Alemanha – Aerogeradores no quintal de casa
No país europeu, as chamadas “feed-in tariffs” (ou incentivos públicos para energias renováveis) foram a alavanca utilizada para estimular a adesão à energia eólica. Lá, um cidadão com área, dinheiro e disposição para investir em aerogeradores sabe que tem cliente certo para a energia que gerar. “O governo é obrigado a comprar e ainda paga valor mais alto do que o da energia fóssil. O sobrepreço é repassado à população. Sem leilão, sem burocracia”, afirma Goldemberg.
Japão – Do telhado para a geladeira
Painéis fotovoltaicos são uma opção limpa – e cara – de energia. Custam aproximadamente o dobro de qualquer outra modalidade. Na prática, estes painéis são instalados nos telhados das casas e convertem a luz solar em energia elétrica. O governo japonês oferece subsídios à população para a aplicação dos dispositivos nas residências. O cidadão interessado em usar a tecnologia tem acesso facilitado a empréstimos. “Durante o dia, em que há incidência dos raios solares, a maior parte das pessoas está trabalhando e, portanto, não utiliza a energia produzida. Nesse período, ela é direcionada à rede de distribuição. À noite, as famílias utilizam a energia fornecida pela rede. Ninguém paga conta de luz”, diz o físico.
Fonte: Epoca Negocios
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