domingo, 10 de abril de 2011

Analistas de mercado elogiam aquisição da Siif Énergies pela CPFL

A notícia de que a CPFL Energia fechou acordo para a aquisição da Siif Énergies repercutiu bem no mercado financeiro. A transação envolve R$1,5 bilhão entre pagamentos e dívidas que serão assumidas pela companhia. A analista da SLW Corretora, Rosângela Ribeiro, afirma que, de certa forma, era esperado o anúncio de algum novo negócio pela CPFL, que sempre assinalava, em entrevistas e encontros com investidores, que tinha interesse em comprar ou desenvolver novos projetos para expandir o parque gerador.
A Siif Énergies possui usinas eólicas já em operação que somam 210MW, além de uma carteira de 732MW em projetos que podem ser implantados futuramente. Os parques em funcionamento foram viabilizados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) do governo federal, o que é apontado como um dos trunfos da operação.
"As usinas têm um PPA (contrato de venda de energia) com a Eletrobras, o que vai permitir à CPFL ter um ganho de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização - indicador utilizado para medir o fluxo de caixa) estimado em R$150 milhões por ano", aponta a corretora.
Rosângela destaca que, no Proinfa, a remuneração pela energia gerada pelos parques fica entre R$248 e R$281 por MWh - bastante acima do preço praticado nos leilões de energia - o último terminou com valor médio de R$131 por MWh. "A CPFL também disse que tem caixa, que pode emitir debêntures, então a compra não deve comprometer o endividamento da companhia".
Para Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora, "a CPFL novamente demonstra que consegue se expandir através de aquisições sem que isso represente deterioração de qualidade e valor para a empresa". O analista também chama a atenção para o fato de a Siif ter usinas dentro do Proinfa, com boa remuneração. Até porque, Corrêa acredita que os leilões promovidos pelo governo têm acabado com taxas de retorno para os investidores "abaixo do que o mercado considera atrativo".
Ainda assim, Corrêa avalia que "o preço (da aquisição) pareceu ligeiramente superior ao que o mercado pratica, em termos de reais por MW". Ele pondera, no entanto, que, com o portfolio comprado junto à Siif, a CPFL "passa a ter uma série de projetos que vão permitir que ela entre no próximo leilão (de fontes renováveis)".
Fonte: Jornal da Energia 8/4

Um comentário:

Ricardo Correa disse...

Olá,

Sou Ricardo Corrêa, o analista que é citado na matéria.
A aquisição da CPFL foi mal recebida pelo mercado.
Acredito que a rentabilidade dos projetos eólicos ainda é pouco atrativa para os investidores privados.
Este é o x da questão na expansão das fontes renováveis na matriz brasileira.
um abraço,

Ricardo