A expansão da matriz energética brasileira com base em hidrelétricas sem reservatórios, que exigem complementação termelétrica, as usinas licitadas em 2008 e que atrasaram a operação e as reservas de gás natural que virão junto com o pré-sal são fatores que animam a subsidiária brasileira da finlandesa Wärtsilä. A companhia, que produz motores para plantas a óleo e gás, espera dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Hoje, a operação local da empresa envolve 600 funcionários e soma R$926 milhões em negócios no último ano.
"As oportunidades são enormes. Quando olhamos a estimativa de crescimento do PIB apontada pelo governo conseguimos enxergar que isso vai gerar uma ordem de negócios de cerca de 5GW ou 6GW por ano em possibilidades de negócios. O principal mercado é das renováveis, mas elas exigem backup, então as térmicas a gás terão ainda um futuro longo pela frente no País", avalia o diretor de power plants da Wärtsilä, Jorge Alcaide.
No momento, a companhia está presente na construção da termelétrica de Suape, em Pernambuco, com 360MW. Entre o final de 2010 e o início deste ano, foram entregues as usinas de Borborema, na Paraíba, Linhares, no Espírito Santo, e Maracanaú, no Ceará, todas com equipamentos Wärtsilä. Agora, a empresa já trabalha em sondagens para o próximo leilão de energia marcado pelo governo, o de reserva e A-3, que deve acontecer até o final de julho.
"No nosso negócio, procuramos ser pró-ativos. Um ano antes do leilão, procuramos os players e começamos a traçar um plano juntos. O melhor motor, o melhor local, ajudamos eles a definir", explica o executivo. "É um trabalho a quatro mãos. como se fosse um namoro, um noivado, e, quando chega o leilão, ele (o empreendedor) casa comigo, não sai para procurar outro", brinca Alcaide. Segundo ele, existe "um número grande de propostas" sendo analisadas, mas nada está fechado até o momento.
A expectativa da Wärtsilä é por uma contratação de algo entre 1.500MW e 2.000MW em projetos a gás. A estimativa leva em conta a ideia de que o governo vai buscar substituir usinas que venceram certames anteriores e ainda não saíram do papel. Alcaide afirma que a Wärtsilä acredita que será possível fechar contratos com duas ou três plantas, em acordos envolvendo entre 200MW e 300MW por empreendimento.
O executivo ainda revela que a Wärtsilä criou uma joint venture com a Nuclep para começar a produzir motores navais no País. A fábrica, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, deve iniciar a operação até o ano que vem. "Vamos construir motores de grande porte para navios e o mercado marítimo. A segunda fase (do projeto) é construir motores para a geração de energia. O objetivo é ter conteúdo nacional"
Fonte: Jornal da Energia 13/04
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