segunda-feira, 2 de maio de 2011

Eletrosul estará na vitrine mundial sobre energia solar

A Eletrosul Centrais Elétricas estará na vitrine mundial de projetos de geração e comercialização de energia solar como convidada em um seminário que acontece em Berlim, na Alemanha, na próxima terça-feira (03), organizado pela Embaixada Brasileira e que deve reunir cerca de cem das maiores empresas européias e asiáticas da área. O presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, embarca neste sábado (30), levando debaixo do braço o projeto do que será a primeira usina brasileira de grande porte a gerar e comercializar energia elétrica através da captação da luz do sol. Batizado como “Megawatt Solar” o projeto se tornou um modelo para os empresários que pretendem apostar na implantação de usinas solares nos estádios da Copa de 2014 no Brasil.
“Este convite é uma honra porque mostra o reconhecimento das maiores cabeças mundiais que pensam e investem na geração de energia limpa e na sustentabilidade do planeta”, disse Mescolotto.
O convite para participação no seminário “Solarenergie für Stadien und Gebäude in Brasilien” (Energia Solar para Estádios e Prédios no Brasil) foi feito há menos de um mês, quando uma missão da Eletrosul esteve na Alemanha para assinar contrato de financiamento a fundo perdido no valor de 2,8 milhões de euros que viabiliza a implantação da usina na sede da empresa, em Florianópolis (SC). O evento é organizado pela Embaixada Brasileira e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal) com apoio do KfW - Banco Alemão de Desenvolvimento e também contará
com apresentações dos estádios solares idealizados pela CEMIG e COELBA, no Mineirão e Pituaçu, respectivamente. A Eletrosul será a empresa que abrirá a série de apresentações dos projetos no seminário por ter concretizado a implantação da primeira usina solar do Brasil.


O Megawatt Solar
O projeto será instalado na cobertura do edifício-sede da Eletrosul e estacionamentos, no bairro Pantanal, em Florianópolis, em uma área de aproximadamente dez mil metros quadrados, onde será implantado o sistema que transforma energia solar em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas. O projeto surgiu de uma parceria entre a Eletrosul, Eletrobras, Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Ideal, o banco de fomento alemão KfW e a agência alemã de cooperação técnica GIZ.
A usina de aproximadamente um megawatt-pico é um projeto inovador, não só por ser o primeiro prédio público brasileiro a usar o conceito BIPV (sigla inglesa para o sistema fotovoltaico integrado à edificação) de produção de energia elétrica de fonte solar em larga escala, mas também porque a Eletrosul irá comercializar a energia produzida em pequenos lotes para venda no mercado livre. A empresa deve iniciar a operação até o final deste ano, e a previsão é de que seja gerado, em média, 1,2 GWh/ano, o que equivale ao consumo anual de cerca de 570 residências. O projeto tem um prazo de sete meses para a implantação a partir da assinatura do contrato da licitação.

Tecnologia 100% brasileira
Ao mesmo tempo em que desenvolve a implantação do projeto Megawatt Solar, a empresa investe e incentiva o desenvolvimento de equipamentos 100% nacionais para compor a estrutura de uma usina. Hoje, no Brasil, não há empresas que fabriquem as placas fotovoltaicas e seus componentes obrigando os que querem montar uma usina solar a importar os equipamentos.
“Nós precisamos investir na fabricação nacional destes componentes para baratear o custo e assim incentivar a implantação de diversas usinas Brasil afora”, disse Mescolotto.
Em 2009, o Núcleo Tecnológico de Energia Solar da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul desenvolveu e produziu, em parceria com a Eletrosul, as primeiras placas fotovoltaicas com tecnologia 100% brasileira. Agora a estatal busca avançar nas pesquisas para processar o silício - matéria-prima usada na fabricação das células fotoelétricas. A ideia, ainda embrionária, é continuidade dos investimentos que a estatal tem feito em fontes alternativas de geração de energia limpa e sustentável. A intenção é deixar de depender do produto importado e assim baratear o custo da implantação de uma usina solar, incentivando sua proliferação Brasil afora.
“Este ano, queremos iniciar as pesquisas com o silício em grau metalúrgico (forma bruta) e desenvolver tecnologia de purificação para produzir as lâminas em grau solar. A proposta é purificar 400 quilos de silício, como projeto piloto”, adiantou Mescolotto, lembrando que essa nova linha de pesquisa ainda está em fase inicial de discussões.
Para inserir o assunto na pauta dos órgãos federais, a Eletrosul organizou uma mesa-redonda da qual participaram representantes do Ministério das Minas e Energia (MME), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal), PUCRS, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Rio Grande, entre outras instituições.
Fonte: MS notícias

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