As altas temperaturas registradas nas últimas semanas têm levado o País a bater consecutivos recordes de demanda instantânea por energia elétrica. Essa conjuntura tem feito com que, mesmo com os reservatórios das hidrelétricas cheios, o Operador Nacional do Sistema (ONS) seja obrigado a ligar termelétricas para atender a carga nesses momentos de pico. O diretor-geral do órgão, Hermes Chipp, fez um alerta para a situação nesta quarta-feira (8/2), ao participar do Wind Forum, em São Paulo.
"Já estamos hoje gerando 2 mil MW de termelétricas na ponta, porque temos batido recordes de demanda", apontou Chipp, que propõe a expansão de hidrelétricas existentes para suprir o sistema nesses momentos. O operador lembrou que existem cerca de 5,2GW em capacidade em poços vazios de usinas, que precisariam apenas da instalação de turibnas para gerar. "Se já tivessemos feito isso, não estaríamos fazendo ponta com termelétrica. Porque em um País como o nosso não precisamos disso - é muito caro", criticou o diretor. O despacho dessas usinas é custeada pelo Encargo de Serviços de Sistema (ESS), cobrado nas contas de energia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda realizar um leilão para viabilizar as máquinas adicionais nessas hidrelétricas. No ano passado, o órgão regulador chegou a promover um workshop para debater o tema. Para Chipp, a situação pode piorar, porque, com o aumento da capacidade eólica instalada, deve ser necessária a expansão da reserva de potência do sistema. O diretor do ONS disse que outros países que passaram por um grande crescimento eólico tiveram de fazer esse movimento para garantir a segurança do suprimento.
Apesar da necessidade de acionar as termelétricas para atender a demanda de ponta, Chipp ressaltou que, neste ano, "não precisaremos gerar uma gota de térmica para regularizar os reservatórios" e disse que não é possível "nem pensar" em um racionamento a curto prazo. "Hoje, o problema do operador é lidar com interrupção", concluiu.
Fonte: Jornal da Energia 09/02
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