sexta-feira, 29 de junho de 2012

Servtec: expansão em eólicas e aposta em combinação com solares

O Grupo Servtec, que tem focado os negócios no desenvolvimento e implantação de parques eólicos, acaba de concluir a venda de todas suas usinas em operação para a CPFL Renováveis. Mas o presidente da companhia, Lauro Fiúza, garante que os investimentos vão continuar, principalmente por conta da entrada dos recursos dessa transação, que envolveu R$1 bilhão.
As plantas da Bons Ventos, agora nas mãos da CPFL, pertenciam à Servtec e aos fundos FIP Brasil Energia, administrado pelo BTG Pactual, e FIP Progresso, além de investidores individuais. As usinas somavam 157,5MW em potência e tinham contrato para venda da energia para a Eletrobras por vinte anos, por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa).
"Essa é a primeira empresa que fechamos o ciclo. Desenvolvimento do projeto, outorga, implantação, operação..quando entrou em fase de maturação, foi uma decisão dos acionistas de vender. Agora o capital volta para, no nosso caso, desenvolver os projetos em andamento para o próximo leilão", explica Fiúza.
De acordo com o executivo, a Servtec tem 540MW prontos para os próximos certames e está em negociações com parceiros. Além disso, há uma usina, a Bons Ventos da Serra (24MW), que está em processo de implantação. O projeto, no Ceará, tem como sócia a Rio Bravo Investimentos e precisa entrar em operação até 2014.
Além de conversas com possíveis parceiros, a Servtec quer avançar em tratativas com fornecedores. Fiúza conta que a competição acirrada nos leilões faz com que seja vantajoso ir à disputa "totalmente casado", já com pré-contratos. Até para que os sócios já saibam até onde podem baixar os preços nos lances. "A gente antes ganhava sozinho e depois ia buscar equipamento. Agora não tem espaço, não tem folga a mais para ser conquistada. Não dá para arriscar, as margens ficaram bastante apertadas".
A empresa também tem se preparado para o deslanchar da indústria solar no País. Fiúza conta que estudos sobre a fonte estão em andamento há pelo menos um ano e meio e que tudo está "muito avançado", incluindo conversas com investidores interessados.
O que anima a Servtec é a possibilidade de implantar usinas solares dentro de parques eólicos. Fiúza diz que, além de "complementaridade muito grande" entre as fontes, as usinas a vento "já têm toda a estrutura feita, com subestações, linha de transmissão, estrada de acesso, postes e áreas disponíveis".
Além dos 540MW eólicos que devem estar nos próximos leilões, a Servtec tem mais 1,6GW em pipeline. "Temos quatro equipes desenvolvendo isso, indo atrás de terrenos", aponta o diretor, que cita como alvos os Estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
Fonte: Jornal da Energia 19/06

Nenhum comentário: