Relatório divulgado pela World Wind Energy Association, entidade que reúne representantes do setor eólico de 95 países, apontou um recuo no mercado global nos primeiros seis meses do ano. De acordo como o relatório, as novas instalações de parques somaram 16,5 GW de capacidade instalada no primeiro semestre de 2012, contra os 18,4 GW implantados no mesmo período do ano anterior, o que representa uma queda de 11,35%.
Apesar do encolhimento na expansão dos negócios, a capacidade instalada mundial do setor eólico ultrapassou os 250 GW, devendo “chegar aos 274 GW até o final do ano”, ressalta o levantamento da World Wind. Segundo a associação internacional, o momento de retração do mercado, se seu por conta da “desaceleração na China que levou à diminuição global”, além de citar ainda algumas incertezas em mercados-chave.
Responsáveis por 74% do market share mundial, países como China, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Índia continuam, nesta ordem, a liderar como os maiores mercados eólicos. De acordo com o estudo, os dez principais mercados estão em situação diversificada em relação ao cenário, sendo que EUA, Alemanha, Itália, França, Reino Unido mostraram avanço no último ano, a Índia apresentou estabilidade e China, Espanha, Canadá, Portugal viram o setor colocar o pé no freio em 2011.
Para a World Wind, mercados considerados potenciais na América Latina, como o México e o Brasil tiveram taxas de crescimento modestas, mas acima da media mundial. “Para ambos é esperado que continuem como mercados-piloto na região nos próximos anos”. O cálculo é de que a capacidade instalada brasileira saltou de 1,42 GW para 1,54GW no período apurado e os parques mexicanos cresceram de 929 MW para 1GW.
Análise global
O vice-presidente e responsável pela área internacional da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiúza (foto), lembra que a crise econômica na Europa está afetando muitas empresas do setor de energia dos ventos. Isso porque mercados como Espanha, Portugal, França, Itália, Grécia estão enfrentando dificuldades para manter seus investimentos no setor. “A Alemanha é a única que mantém seus investimentos na Europa”, destaca.
Segundo o executivo, "com raras exceções, toda indústria eólica internacional está passando por dificuldade. Não digo no sentido do que aconteceu com a Fuhrlander, mas no que se refere a se readaptar ao novo cenário econômico mundial", disse, referindo-se à fabricantes de equipamento alemã que pediu falência no mês passado.
"Nos EUA as coisas também estão paradas. Lá, os investidores estão aguardando a prorrogação do programa de incentivos para a indústria eólica. Para se ter uma ideia, estão previstos para ser instalados neste ano de 8 a 10GW nos Estados Unidos. Porém, para o ano que vem, não mais do que 1GW", destaca Fiúza.
Na avaliação de Fiúza, o Brasil ainda não precisa se preocupar, mesmo que haja um cancelamento dos leilões previstos para este ano. "O cancelamento do leilão não teria um baque muito forte no setor. Isso porque há muitos investimentos em andamento. Essa parada seria até bom para dar uma organizada nos negócios."
Fonte: Jornal da Energia 10/10
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