sábado, 3 de novembro de 2012

EDP: independente da MP579, oportunidades em energia renovável continuam no radar

As incertezas criadas com a publicação da Medida Provisória 579 - que trata da renovação de concessões do setor elétrico, redução de encargos e modicidade tarifária, não assustam a EDP Energias do Brasil. Nesta quinta-feira (1/11), Miguel Amaro, diretor Vice-Presidente de Controle de Gestão, Finanças e Relações com Investidores da EDP, disse que a companhia continuará participando dos leilões de energia nova, desde que os projetos atendam a política de rentabilidade da empresa.

"Vamos continuar olhando as oportunidades, com MP ou sem MP", afirmou o executivo, em teleconferência.
E se depender da EPE, as novas compras devem acontecer já em dezembro deste ano, no leilão A-5. "De fato, parece que o A-3 não vai acontecer. No A-5, continuamos olhando os projetos, que não são pequenos", disse.
Amaro deu a entender que o projeto de maior interesse da EDP é hidrelétrica de Sinop. Com 400MW de potência, a usina está prevista para ser construída no rio Teles Pires, no estado do Mato Grosso. No entanto, o projeto é polêmico no que tange aos aspectos ambientais. "Estamos avaliando muito a nossa participação, principalmente nas questões ambientais. É algo que estamos debatendo internamente", disse. Segundo Amaro, a entrada da EDP no projeto de Sinop não se dará sozinha, mas em consórcio, com participação de 50%-50% para cada empresa.
Atualmente, a EDP tem três empreendimentos em construção. O mais próximo de operar comercialmente é a termelétrica Pecém I, de 720MW, instalada no estado do Ceará. Constam também em construção da hidrelétrica de Santo Antônio do Jarí, localizada entre os estados do Pará e Amapá, e o complexo eólico Baixa do Feijão, de 120MW, no Rio Grande do Norte.

PLD vai continuar salgado
Ainda durante a teleconferência, o Vice-presidnete gerente de Geração e Comercialização da EDP, Luiz Otávio Assis Henriques, destacou os ganhos de receita que a empresa conseguiu com o aumento do Preço de Liquidações das Diferenças (PLD). A receita líquida da companhia aumentou 18% na comparação entre os trimestres de 2011 e 2012, de R$ 1,320 bilhão para R$ 1,557 bilhão, muito impactado pelo PLD, segundo Henriques.
Para novembro, na opinião de Henriques, o preço do PLD terá um leve recuo. "Prevemos algumas chuvas, não muita, apenas o suficiente para que os preços decresçam. Entretanto, prevemos que os valores do PLD continuarão altos, entre R$100 e R$200 por MWh", observou.
Com a baixa hidrologia, o Operador Nacional do Sistema (ONS) foi obrigado a acionar térmicas, que têm um custo maior para o sistema. Em contrapartida, essa elevação proporciona receitas maiores para os geradores que possuem usinas dessa fonte. Além disso, com o PLD na faixa dos R$360 por MWh, a liquidação de energia no curto prazo também produz ganhos de receita.
Nesta quinta-feira, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou os preços do PLD para o período ente 3 e 9 de novembro. O indicador ficou na casa dos R$430 por MWh.
Fonte: Jornal da Energia 01/11

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