A Petrobras vai ampliar seu portfólio de atuação, além do petróleo, com energias renováveis, mais precisamente a matriz eólica. A informação surge na véspera da vinda do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ao Ceará, onde participa de audiência pública, na Assembleia Legislativa. Na pauta, o pré-sal e os projetos da estatal no Estado. Aqui, o maior e mais aguardado investimento da petrolífera se refere à refinaria Premium II, a ser instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), mas que está tendo o valor do projeto revisto. Segundo Wanderley Antunes Bezerra, gerente de comunicação da área de Gás e Energia da empresa, a estatal investe em fontes alternativas de energia a fim de enfrentar o desafio da oferta mundial de petróleo.
Ele elencou ainda, para um grupo de jornalistas de Fortaleza, que este déficit deve ser suprido também pela incorporação de novas descobertas no setor e com a maior eficiência energética. De acordo com Bezerra, a produção mundial de petróleo em 2008 era de 86 milhões de barris por dia. A projeção para 2030, sem novas descobertas e com declínio das reservas, é que a produção do insumo caia para 31 milhões de barris/dia, o que não atenderá à demanda global de 106 milhões de barris/dia.
Conforme Álvaro Arouca, geólogo da estatal, em um cenário extremo, se o petróleo disponível hoje acabasse, a Petrobras ainda teria um período de conforto de 20 anos com os atuais patamares de produção. Já Bezerra lembrou que uma segunda opção para reserva de energia é a retomada do carvão mineral, apesar de ser considerada uma matriz suja. "Em qualquer cenário de crescimento da economia mundial serão necessárias descobertas de grandes volumes de óleo para suprir a demanda prevista", informou. "Acesso às reservas é uma das principais questões geopolíticas e fonte de conflito no mundo". Assim, o investimento em energia eólica diversificaria a matriz energética gerada pela empresa, driblando entraves ambientais e políticos.
Presença no leilão
Bezerra garante que a Petrobras vai participar do leilão de energia eólica da Aneel, que ocorrerá em dezembro próximo. Ele, no entanto, prefere não dar mais detalhes sobre o investimento, pois considera que são informações estratégicas. Afirmou que a empresa reconhece o potencial eólico do Nordeste. Em Macau (RN), a estatal desenvolve estudos sobre energia eólica. Para o Ceará, Bezerra diz que os negócios da Petrobras andam juntos. "Queremos dar suporte aos negócios daqui".
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário