quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Copel contribui para a produção de energia a partir de fontes alternativas

Enquanto investe na expansão do seu sistema elétrico para acolher as cerca de 80 mil novas ligações elétricas feitas a cada ano e fazer frente ao crescimento do consumo de todo o mercado, a Copel também contribui para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para a produção de energia a partir de fontes naturais, sustentáveis e renováveis.
Esse é um papel estratégico e de interesse da coletividade que a Copel só pode exercer por ser uma empresa pública. E a ação da Companhia na área das energias alternativas tem proporcionando resultados bastante encorajadores.
Como exemplo, destaca-se o pioneirismo na viabilização de projetos de geração de energia elétrica de pequeno porte, a partir da biodigestão de resíduos orgânicos, que permitem a um só tempo agregar renda aos produtores rurais e, ainda, estimular o saneamento ambiental, evitando o carreamento desse material – altamente poluente – para o interior dos rios e cursos d’água. Outra iniciativa é a usina-piloto para produção de biodiesel em São Jorge do Oeste, destinada a suprir as necessidades de agricultores familiares vinculados a cooperativas daquela região do sudoeste paranaense, que deve iniciar operação na metade de 2010.
“Fosse a Copel transformada em empresa privada, como queria o governo que tentou vendê-la em 2001, praticamente nenhum dos projetos de pesquisa e de apoio ao surgimento de novas tecnologias na área de energia dentro do Estado teria a sua participação, por não oferecerem perspectiva de lucros imediatos”, afirmou seu presidente, Rubens Ghilardi. “Essa é uma das muitas razões pelas quais a resistência popular à venda da Copel, liderada pelo então senador Requião, acabou sendo de capital importância para o Paraná e para todos os paranaenses”, diz o presidente.
Bioeletricidade - Em fevereiro de 2009 a Copel assinou os primeiros contratos no setor elétrico brasileiro para aquisição de energia elétrica produzida a partir da biodigestão de resíduos orgânicos. Foram seis contratos, totalizando potência de até 524 kW (quilowatts), energia suficiente ao atendimento de uma centena de moradias de padrão médio, fornecida por quatro produtores: Sanepar, Cooperativa Lar, Granja Colombari e Star Milk. Os contratos têm vigência até o final do ano de 2012.
O pioneirismo da Copel deverá estimular outros produtores rurais a fazerem o mesmo e pode, ainda, orientar o estabelecimento de uma política nacional para esse tipo de atividade, já que nem a própria regulamentação da Aneel prevê a possibilidade de negociação dos excedentes de energia gerada por esses produtores. “O uso de biodigestores não é, a rigor, uma prática nova, mas ter a garantia de que alguém comprará os excedentes da eletricidade que gerar pode motivar a adesão de outros produtores rurais”, raciocina Ghilardi. “E quem sai ganhando com isso, em primeiro lugar, é o meio ambiente, com a retenção de efluentes que poderiam vir a comprometer os cursos d’água”, completa.
O presidente da Copel acredita que o exemplo do Paraná possa ser seguido por outros estados brasileiros. “Num trabalho realizado em conjunto com a Itaipu Binacional, Secretaria da Agricultura e Sanepar, abrimos caminho para o que poderá ser uma excelente oportunidade de fortalecimento e aumento de renda dos produtores rurais, que além de produzirem a eletricidade necessária ao seu próprio consumo e ter garantia de compra dos eventuais excedentes, agregarão sustentabilidade ao seu negócio e poderão, até mesmo, conseguir futuramente autorização para emitir e comercializar títulos de créditos de carbono”, diz.
Nutriente - O Paraná ocupa a liderança nacional na criação de suínos. E o principal problema ambiental dessa atividade é o controle e destinação dos dejetos, muito ricos em fósforo que, por seu turno, vem a ser o principal nutriente das chamadas “algas azuis”, um tipo de floração que contamina e deteriora a água e que pode, pela ingestão ou mesmo pelo contato, causar sérios problemas à saúde de pessoas e de animais.
Para minimizar ou até eliminar esse problema, a alternativa mais lógica é evitar que tais resíduos cheguem aos cursos d’água. E isso pode ser feito de forma eficiente e produtiva mantendo esse material orgânico enclausurado, confinado em câmaras de biodigestão, onde ele se decompõe produzindo metano. Esse gás, altamente combustível, pode ser usado para aquecer água, produzir vapor e movimentar um gerador de eletricidade. Conferir valor econômico ao aproveitamento dessa biomassa é um passo importante para reduzir ou evitar os sérios riscos ambientais da atividade.
Biodiesel - Noutra vertente, a Copel está empenhada, ao lado da Secretaria da Agricultura e de outros agentes da administração estadual, em viabilizar a produção de biocombustíveis em escala adequada ao atendimento das necessidades de agricultores que se dedicam à agricultura familiar. Para isso, a empresa modulou e projetou um arranjo de uma usina-piloto que irá operar em regime de cooperativa, atendendo a agricultores situados num raio de até 50 km, num sistema fechado de produção.
A ideia é permitir que as famílias obtenham biodiesel para seu consumo perto do local onde moram e produzem, barateando o preço final do produto que, em escala comercial, acaba onerado pesadamente pelos custos de transporte. A usina-piloto idealizada pela Copel terá capacidade para produzir cinco mil litros diários de biodiesel e será construída em São Jorge do Oeste, no sudoeste do Estado, em parceria com a prefeitura local e participação das cooperativas de agricultura familiar da região.
A licitação para a compra dos equipamentos da usina, avaliados em R$ 2,47 milhões, foi lançada na metade de novembro pelo governador Roberto Requião. As propostas recebidas serão abertas no dia 8 de janeiro, com previsão de que a unidade esteja em funcionamento a partir de junho ou julho de 2010.
Renda - A instalação de usinas de biodiesel capazes de atender às necessidades de pequenos produtores rurais praticantes da agricultura familiar é uma forma de permitir aos produtores ter acesso a um combustível natural e com baixo custo e, adicionalmente, agregar renda à sua atividade.
Dentro desse projeto de pesquisa, a Copel estruturou uma usina-piloto que irá produzir óleo combustível vegetal – o biodiesel – utilizando a soja como matéria-prima, mas sem impedir ou eliminar a possibilidade de uso de outras espécies de oleaginosas. No estudo, também foi considerado o aproveitamento dos subprodutos obtidos no processo de produção do biocombustível na própria atividade, que na região de São Jorge do Oeste inclui a criação de aves, suínos e a produção de leite e derivados.
Fonte: Agencia Estado de Notícias

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