terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Projeto piloto da usina de ondas será alterado

Apesar de sua importância, o projeto não consta no Plano Diretor de Energia do Brasil, para os próximos 30 anos
Em meio às discussões sobre os problemas energéticos porque passa o País, e sob o risco de que um novo apagão volte a ocorrer, o projeto Conversor de Ondas do Mar em Energia Elétrica, já denominado de usina de ondas, será rediscutido nesta terça-feira, no Seminário de Energias Renováveis no Mar, no Rio de Janeiro. Em estudo para instalação no Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, o projeto piloto será modificado para atender e se adequar à ampliação porque passa o terminal portuário encravado naquela área.
Segundo o coordenador de Comunicação e Energias da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura do Ceará (Seinfra), Renato, o projeto-piloto está orçada em R$ 6 milhões, financiados pelo Ministério das Minas e Energia, através da Eletrobrás. Originalmente, a usina piloto terá capacidade para gerar 50 KW de energia elétrica, suficientes para alimentar um prédio de seis andares. Dividida em dois módulos de 25 KW cada, mas podendo ser acrescida de mais 18 módulos — totalizando 500 KW —, a usina aproveitará a regularidade dos ventos e a freqüência da ondas no litoral cearense, para produzir energia elétrica.
Segundo o professor Segen Farid Stefen, do Laboratório de Tecnologia Submarina da UFRJ, que coordena as pesquisas sobre o assunto, a usina de ondas funciona com flutuadores ligados a braços mecânicos, movimentados por ondas marinhas. Esse movimento provoca o funcionamento de bombas hidráulicas, que conduzem água tratada de um tanque para uma câmera hiperbárica. Um condutor extremamente estreito exerce enorme pressão sobre a água que sai dessa compressão num jato comparável a uma queda d´água de 500 metros de altura, semelhante a das grandes hidrelétricas. Uma turbina hidráulica é acionada por esse jato, e o gerador, acoplado ao sistema, produz a energia.
Projeto futurista
Inédito por acoplar ao projeto uma câmera hiperbárica, que multiplica a capacidade de geração energética, usinas que produzem energia a partir de ondas marinhas já são utilizadas como fontes alternativas no Japão, Austrália, Reino Unido e Holanda. No Brasil, porém, esse é um projeto para o futuro, ainda em fase de maturação tecnológica.
Segundo Rolim, o projeto ainda não consta nem mesmo no Plano Diretor de Energia do Brasil, para os próximos 30 anos, o que significa que, dificilmente, se tornará realidade no curto prazo. ´Os projetos de energia eólica (dos ventos) datam de 1970, há 17 anos, e só agora, começaram a ser implantados´, lamentou Rolim.
Fonte: Diário do Nordeste

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