domingo, 4 de maio de 2008

Natal poderia usar energia solar

Natal é uma das capitais brasileiras que mais tem potencial solar, com algo em torno de 300 dias de sol durante o ano. Porém, até o momento esse potencial tem sido sub-utilizado no que se refere ao aproveitamento dessa insolação como energia alternativa. Para discutir o uso da energia solar para aquecimento de água, mostrar vantagens e criar uma rede de interessados tanto em âmbito profissional, quanto no âmbito do poder público e privado, além do terceiro setor, ocorreu quarta-feira na Câmara dos Vereadores, o 1º Seminário Cidades Solares, proposto pelo vereador Hermano Morais, e realizado em parceria com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), que já vem há dois anos estudando tecnicamente o potencial energético de Natal.
Hermano Morais é autor de um projeto de lei, ainda em curso, que propõe justamente a instalação de sistemas de aquecimento de água por meio de aproveitamento de energia solar, nas novas edificações, sejam elas residenciais ou não residenciais. ‘‘Queremos garantir o aproveitamento dessa fonte energética, que pode reduzir em até 30% os custos com energia elétrica. Para isso, estamos abertos à discussão e ao acolhimento de sugestões dos diversos setores. Esse projeto objetiva, principalmente, garantir sustentabilidade, já que é uma fonte de energia renovável e que gera economia para as pessoas’’.
Banho quente
O projeto apresentado pelo Cidades Solares não se trata do aproveitamento do sol para a energia fotovoltáica, ou seja, aquela que é transformada em energia elétrica, cuja tecnologia é muito cara e internacional. E sim para o uso de coletores de energia solar que aquecem a água utilizada nos chuveiros quentes, em piscinas ou outros equipamentos. Uma realidade que já tem mercado principalmente nas classes média e alta natalense. Porém, se engana quem pensa que o número de residências com chuveiro elétrico em Natal é pequeno. A Abrava levantou que 55% das residências têm esse artefato em casa. Sem contar com setores como motéis, hotéis, clubes, academias de ginástica, hospitais, escolas, entre outros que fazem muito uso de água quente. E que poderiam economizar na conta de água e ainda serem, diga-se, ‘‘ecologicamente corretos’’.
De acordo com o diretor da Abrava, Carlos Faria, que foi um dos expositores do Seminário e que também participou do curso de capacitação em Projetos de Sistemas de Aquecimento Solar para 50 engenheiros e arquitetos, na terça-feira passada, o movimento encabeçado pela Abrava já tem a adesão de 80 cidades brasileiras. Na cidade de São Paulo, por exemplo, uma lei semelhante à de Hermano Morais já está em vigor e obriga todos os novos projetos de edificação preverem instalação de aquecimento de água via energia solar. ‘‘Essa energia alternativa gera uma série de vantagens: reduz a emissão de poluentes na atmosfera, só para se ter uma idéia, é uma tonelada a menos de gás carbônico por cada casa em um ano; reduz os custos em 30% da conta de energia; gera emprego e renda, já que se montam fábricas (a tecnologia já é nacional), vendedores, instaladores, e manutenção e, está na tendência mundial de se buscar energias alternativas, renováveis e dentro de um conceito de sustentabilidade’’, argumentou.
Para Faria, a adesão a um projeto como esse depende do tripé: setor privado, terceiro setor e poder público. ‘‘Estamos aqui porque temos o embasamento técnico, mas precisamos do amparo legal. E também queremos quebrar o paradigma de que energias alternativas são sempre caras, além de mudar o conceito do profissional de insustentabilidade’’, encerrou.
Fonte? Diario de Natal

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