sexta-feira, 27 de junho de 2008

Nordeste aposta em energia eólica

Governo deverá fazer leilão de energia eólica no início do próximo ano. O anúncio foi feito pelo ministro das Minas e Energia, durante reunião com governadores em Fortaleza.

Brasília - O governo federal deverá lançar no início do próximo ano o primeiro leilão de energia eólica. O anúncio foi feito segunda-feira (16) pelo ministro das Minas e Energia Edison Lobão, num encontro em Fortaleza que reuniu cinco governadores do Nordeste e dois vices, o presidente do Senado Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), vários deputados, empresários, ambientalistas e agentes financeiros, noticiou o jornal Valor.
De acordo com a mesma fonte, ainda não há definição sobre quanta energia será negociada e com qual regularidade ocorrerão os leilões.
"O uso da energia eólica como fonte de energia complementar pouparia os estoques hídricos", defende Roberto Smith, presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). "Cada vez mais, em função de requisitos ambientais, as hidrelétricas são construídas sem grandes reservatórios, que não aguentam tanto em regime de estiagem. Este é o X da questão, e é assim que o custo da energia eólica tem que ser pensado", disse.
O encontro decorreu na sede do BNB, o maior financiador de energia eólica no país junto com a Sudene. Os investimentos do BNB no setor, no Nordeste, somam R$ 2,4 bilhões em projetos instalados, em andamento e em análise. Desse total, R$ 1, 040 bilhão é recurso do banco, R$ 970 milhões vêm do fundo de desenvolvimento do Nordeste e R$ 400 milhões são a parte dos próprios investidores. O BNDES também é um braço importante no estímulo à energia dos cataventos.
Participaram da reunião os governadores Cid Gomes (PSB-CE), Jacques Wagner (PT-BA), Marcelo Déda (PT-SE), Eduardo Campos (PSB-PE) e Wellington Dias (PT-PI).
Pelos dados do Atlas Eólico Nacional, o potencial brasileiro de energia pelos ventos é de 143 GW, sem considerar a instalação de parques marítimos. O Nordeste responderia por 75 GW, sendo 25 GW concentrados no Ceará.
Segundo Marcelo Furtado, do Greenpeace, a ONG pretende convencer o governo federal a garantir às energias renováveis acesso prioritário à rede e assegurar sua compra por preços que remunerem o produtor sem onerar o consumidor.
De acordo com Laura Porto, diretora do departamento de desenvolvimento energético do Ministério das Minas e Energia (MME), já existe "um marco regulatório", referindo-se ao programa de incentivo às energias renováveis, o Proinfa. Trata-se de uma iniciativa que procura estimular a produção de energia através de biomassa, de pequenas centrais elétricas e a partir dos ventos. "O Proinfa inaugurou uma estratégia para esta fonte de energia", diz ela, citada pelo Valor."O leilão de eólica é a sinalização que o mercado está amadurecido e que o programa terá continuidade. Este era o nosso grande desafio."
(FONTE:PORTUGAL DIGITAL)

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