sexta-feira, 27 de junho de 2008

Setor defende eólica como complementar

Em um momento em que o Brasil busca alternativas estratégicas para ampliar a segurança de fornecimento de eletricidade ao mercado nacional, nada mais propício do que um diálogo sobre a energia eólica (procedente da força dos ventos, é considerada a mais limpa do mundo). Para tanto, a visita de um representante do Governo Federal, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), nesta segunda-feira, em seminário no Banco do Nordeste, renova os ânimos do setor no Ceará.
´O ministro tem se mostrado favorável a qualquer energia que dê suprimento ao Brasil´, avalia um dos membros da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abee), Adão Linhares.
´Este é um importante evento, tanto pelo poder de decisão do Governo Federal [que estará representado pela figura do ministro], como para discutir os gargalos que atrapalham o desenvolvimento da energia eólica, ainda mais para o Nordeste que encontra-se fragilizado com a questão da energia´, reforça Linhares, atualmente, também diretor de Infra-estrutura da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece).
O engenheiro aponta a opção movida pelos ventos como complementar à energia gerada pelas hidrelétricas do país. ´Ambas casam muito bem. A entrada de tão importante fonte de energia, como a eólica, na nossa matriz não pode ser vista como alternativa´, diz Adão.
Os custos mais baratos também são apontados como vantagem. O presidente da Abee, Lauro Fiúza, disse ao Diário do Nordeste, em matéria publicada na edição de 18 de maio último, que o megawatt-hora da energia eólica custa, no Brasil, algo próximo a R$ 200, enquanto o das térmicas a diesel e a óleo pode chegar a três vezes esse valor. Fiúza acredita que o preço da energia eólica cairá quando incentivos fiscais e financiamentos apropriados começarem a ser dados.

Potencial
Conforme o Atlas Eólico Brasileiro, 52% de todo o potencial eólico do país (aproximadamente 75GW), concentra-se no Nordeste. Isso equivale a seis vezes a produção nominal da Usina de Itaipu, maior geradora hidroelétrica brasileira.
Apesar do grande potencial, o Brasil ocupa o 27º lugar no ranking do uso dos ventos para a geração de energia. Alemanha, EUA, Espanha, Índia e China, destacam-se.
Já o Ceará responde por 25% da capacidade nacional para gerar energia a partir dos ventos. Hoje, o Estado dispõe de três parques eólicos instalados: Taíba (5MW), Mucuripe (2,4MW) e Prainha (10 MW). Contudo, até 2010, outras 14 usinas, habilitadas pelo Proinfra, deverão estar operando com 500,5 MW de potência.
(FONTE:DIÁRIO DO NORDESTE)

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