terça-feira, 17 de junho de 2008

Tecnologia transforma dejetos de animais em energia elétrica

A tecnologia que transforma dejetos de animais em energia elétrica e gera renda ao produtor por meio dos créditos de carbono pode ser adotada por criadores de suínos de Santa Catarina, estado líder em exportações de carne suína no país. A Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS) apresentou durante reunião do Fundo Setorial do Agronegócio, em Brasília, um projeto para a aquisição de equipamentos para os 12 mil suinocultores do estado. O fundo reúne os ministérios da Ciência e Tecnologia, Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, instituições de pesquisa e representantes do setor produtivo.
De acordo com o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, a proposta foi bem recebida. "A sustentabilidade, com a redução da emissão de gases que geram o efeito estufa aliada à geração de energia e renda é a grande vantagem desse projeto", destaca. Segundo Wolmir de Souza, a iniciativa soluciona um grave problema ambiental, pois as fezes de um animal equivalem a de oito pessoas. Sem espaço para depositar o material e com o risco de contaminações de rios e açudes, a solução foi adotar a tecnologia chamada de seqüestro de metano. "Ela propicia ao suinocultor o reaproveitamento dos dejetos e sua transformação em energia elétrica.
Além disso, o criador que deixa de poluir recebe dinheiro dos países desenvolvidos, numa moeda de troca chamada crédito de carbono, que está estabelecida pelo Protocolo de Kioto", explica Santos. Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) concluiu que 63% dos produtores catarinenses estão em desacordo com as normas ambientais devido ao acúmulo de dejetos nas propriedades rurais. O levantamento apontou também que 96% do manejo dos dejetos são realizados em esterqueiras, o que provoca cheiro desagradável e gera gases do efeito estufa com o não-aproveitamento do biogás gerado. Apenas 1,5% das propriedades têm biodigestor para transformar dejetos suínos em energia elétrica térmica sem cheiro.
(FONTE: ESTADO DE MINAS)

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