Uma pesquisa liderada pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) pode transformar a costa gaúcha em uma usina de energia. O gigantesco potencial da força das ondas é avaliado por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, que investiga as possibilidades técnicas, econômicas e ambientais da instalação de conversores capazes de produzir eletricidade no litoral do Estado.
Financiado pela Petrobras, o estudo deve ser concluído em janeiro de 2010. Um de seus pilares é um mapeamento mundial que aponta o sul do Brasil como a área mais propícia para o aproveitamento energético do movimento das ondas na costa atlântica da América do Sul.
Se confirmada a viabilidade do litoral gaúcho, o estudo indicará o melhor local para a instalação, em águas profundas, de uma unidade-piloto de conversores – algo inédito no continente sul-americano. Em forma de turbinas metálicas, os aparelhos poderão ser flutuantes ou submersos e serão instalados onde a força das ondas é mais possante.
Conforme a professora Elisa Helena Fernandes, doutora em Oceanografia Física e participante do projeto, o Brasil acompanha outros países na busca por essa energia alternativa. Em Portugal e na Escócia, onde já há conversores em funcionamento, o uso dessa fonte ainda não se dá em escala comercial.
Entre os modelos existentes, um dos mais promissores é composto por tubos cilíndricos de 3,5 metros de diâmetro. O vaivém das ondas aciona geradores elétricos acoplados aos equipamentos e estes produzem eletricidade. A energia é transmitida por um cabo submarino à rede de distribuição na costa.
Por enquanto, a busca de informações ocorre por meio de dados disponíveis e de trabalhos de campo realizados por uma equipe de 22 pesquisadores, entre oceanógrafos, engenheiros e economistas, além de 32 bolsistas. O primeiro relatório da pesquisa apresentou um levantamento da tecnologia já conhecida. A partir de agora, as análises demonstrarão qual delas se adequará melhor às condições da costa sul do Estado. Há cerca de dois meses, o grupo fez um protótipo em acrílico que simula a captação de energia das ondas, criadas artificialmente em laboratório.
Para o pesquisador do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eliab Ricarte Beserra, estudos desse tipo merecem apoio:
– A Furg pode ser decisiva para a geração de novas fontes de energia no país.
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