segunda-feira, 6 de julho de 2009

Energias alternativas

Os defensores das fontes energéticas alternativas ganharam forte argumento para fundamentar suas teses. Pesquisadores do Centro Técnico VTT da Finlândia e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluíram estudo no qual apontam o vento como capaz de suprir as necessidades do mundo. Assim, as matrizes eólica e solar reacendem as esperanças no esforço contra o aquecimento global.

No estudo, publicado na revista científica “Proceedings of the Nacional Academy of Sciences”, os pesquisadores descrevem os testes com aerogeradores para produzir a energia dos ventos, conseguindo resultados equivalentes a 40 vezes o consumo mundial de eletricidade. Essa viabilidade está comprovada.

Transpostas as condições dos experimentos para a realidade brasileira, os aerogeradores instalados em terra firme, fora da zona urbana, produziriam cerca de 14 vezes a eletricidade necessária para abastecer o País. Particularmente os aerogeradores marítimos conseguiriam resultados menos expressivos, mas correspondentes a três vezes as necessidades brasileiras de energia.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também realizou sondagens nessa área. Suas conclusões levam em conta, particularmente, as peculiaridades técnicas de cada local pesquisado e a viabilidade financeira, mostrando as correntes de ventos como capazes de atenderem apenas a 60% do consumo nacional de energia. Hoje em dia, menos de 1% da energia consumida é gerada pelos ventos.

Em meio a essas conclusões, dois eventos significativos possibilitaram, nos últimos dias, o debate sobre o aproveitamento das energias alternativas e as barreiras impostas pelo próprio poder público para a sua expansão. O primeiro deles foi o “Fórum Brasil Eólico Carta ao Vento”, realizado em Natal, Rio Grande do Norte, nos dias 18 e 19 de junho, promovido pelos secretários estaduais de energia. Este evento foi marcado por profundo constrangimento em face da decisão da Empresa de Planejamento Energético (EPE), do Ministério de Minas e Energia, de fixar a potência máxima de 2 MW para aerogeradores fabricados no Brasil e de fixar a alíquota máxima do IPI para a importação de equipamentos de geração de energia eólica. O mal-estar se estendeu a empresários portugueses, espanhóis, dinamarqueses e chineses, com planos de investimentos nesse mercado.

No fim do evento, representantes do Ministério de Minas e Energia anunciaram a revisão na Portaria 211, restritiva aos investidores, e o aproveitamento de sugestões oferecidas pelo plenário. O interesse do governo pela energia eólica foi traduzido no leilão para aquisição desse tipo de energia marcado para o dia 29 de novembro.

O segundo evento foi a edição 2009 do “Power Future” - exposição internacional e seminários das energias alternativas e renováveis, encerrado em Fortaleza. Com o lançamento do Fundo de Investimento em Energia Solar, destinado a atrair investidores, o Ceará reafirmou sua posição de liderança no aproveitamento dessas novas matrizes energéticas.

fonte: diário do nordeste

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