quinta-feira, 16 de julho de 2009

Primeira usina de geração a partir do lixo terá projeto em 2010

A primeira usina de produção de energia elétrica do País deve adentrar a fase de projeto no ano que vem. Segundo o diretor de geração da Empresa Metropolitana de Águas e Energia de São Paulo (EMAE), Antônio Bolognesi, a expectativa é que o empreendimento passe pelos estudos ambientais em 2010 e entre em operação por volta do final de 2013. Com cerca de 1000 toneladas de lixo, uma usina consegue gerar 25MW.

A companhia está analisando as regiões de São Paulo, Campinas e da Baixada Santista para implantar o projeto. A escolha dos principais pólos econômicos deve-se não só a uma maior demanda por energia, mas também para solucionar o problema que é a destinação do lixo produzido nos grandes centros.

Porém, segundo Bolognesi, a viabilidade deste tipo de planta ainda é duvidosa. “Uma usina de 1000 toneladas de resíduos custaria cerca de R$400 milhões. É um montante que seria palpável apenas num investimento estatal. Para compensar, é preciso vender também o vapor para alguma indústria próxima às instalações", disse à reportagem do Jornal da Energia.

Conforme citou o diretor, a usina tem a possibilidade de disponibilizar o vapor não só para gerar energia elétrica, mas também como combustível para a indústria, por exemplo. Nas contas do diretor, 1000 toneladas geram uma média de 100 toneladas de vapor.

Como funciona
O lixo, da maneira que chega à usina, é jogado numa vala. O resíduo é transportado até um tipo de funil, passa por um dosador e cai numa grelha de cerca de 8 metros de comprimento, onde se movimenta até queimar. O calor pode ser vendido como vapor para a indústria ou então transformado em energia elétrica.

Incinerado, o bolo ganha aspecto de areia, que é resfriada, separada dos metais e pode ser usada para produtos como base de estrada ou bloco de cimento, o que já é feito na Europa.

Meio Ambiente e Reciclagem

A usina é considerada menos poluente que qualquer outro tipo de geração de vapor, além de ser totalmente fechada e isenta de liberação de gases e odores. “A cada tonelada de resíduo, diminui em uma tonelada o CO2 enviado à atmosfera na comparação com o lixo que fica no aterro sanitário”, diz Bolognesi.

O diretor conta ainda que um estudo norte-americano concluiu que o lixo incinerado em usinas e ambientes controlados geram dez vezes menos efeitos negativos para a saúde humana do que o aterro, só no que diz respeito ao transporte do lixo.

Bolognesi comenta também que a usina não tira o espaço dos materiais recicláveis. “O lixo tem plástico e papel, por exemplo, mas a reciclagem acontece a partir da separação dos materiais. No caso da usina, depois que virou lixo, o material já está contaminado. Dá muito mais trabalho `limpar` o plástico do lixo do que incinerá-lo”, finaliza.

fonte: jornal da energia

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