A geração elétrica a partir de biomassa definitivamente encontrou o seu espaço na expansão da matriz brasileira. Números da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que a fonte representou um terço da energia nova que entrou em operação no país até julho deste ano, apesar da crise que afeta de forma expressiva o setor sucroalcooleiro desde setembro de 2008. Na prática, isso significa que a biomassa neste ano está superando a entrada em operação de fontes tradicionais, como térmicas a gás e as hidrelétricas.
Para o sistema, a expansão dessa energia contribui para poupar os reservatórios das usinas e, com isso, diminui a necessidade de as termelétricas a óleo combustível e diesel, mais caras e poluentes, entrarem em operação. Até julho deste ano, um volume de 565,4 MW de usinas a biomassa ingressou no sistema, dos quais 70% (390,3 MW) a partir de projetos movidos a bagaço da cana-de-açúcar. O montante só é inferior aos 618,5 MW de térmicas tradicionais, sendo 529,27 MW de usinas a diesel. Até o momento, a capacidade de geração do país foi acrescida em 1,61 mil MW.
"Estudos indicam que 1 mil MW médios de energia de biomassa do bagaço de cana no Sudeste permitem poupar 4% dos reservatórios. É uma segurança para o sistema", afirma o vice-presidente executivo da Associação Paulista de Cogeração de Energia (Cogen-SP), Carlos Silvestrin. Esses números comprovam que o uso do bagaço de cana-de-açúcar é uma realidade concreta no país. Em 2008, as térmicas a biomassa adicionaram 612,20 MW de capacidade ao sistema, dos quais 85% (520,2 MW) foram provenientes do bagaço da cana.
Esse volume a partir da cana representou quase 25% da energia nova do sistema em 2008 e só ficou atrás da entrada de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), que somaram 642 MW no ano passado. Para 2009, a previsão da Aneel é de que a oferta oriunda da biomassa some 1,68 mil MW de capacidade. Para 2010, a expectativa é que a fonte acrescente ao sistema outros 953,7 MW de potência. Segundo Silvestrin, o expressivo crescimento da oferta de eletricidade de biomassa reflete a maturação dos projetos que participaram dos leilões promovidos no passado pelo governo. [Monitor Mercantil]
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