Um estudo recente, que contou com a participação do Inpe, apontou a pecuária como a maior vilã na emissão de gases nocivos à atmosfera. Agora você vai conhecer produtores na região que investem em técnicas que minimizam esses danos e ajudam a preservar o meio ambiente.
A alimentação do rebanho faz parte da rotina dessa criação. Mas enquanto as vacas comem, elas produzem alguns resíduos. Um deles é invisível, e considerado um dos gases mais perigosos para o meio-ambiente: o metano.
"O metano, o CH4, é 21 vezes mais nocivo ao meio ambiente, ao efeito estufa, que o CO2. Então, se você não queima esse biogás e joga ele direto, você está prejudicando muito o meio ambiente", explica o engenheiro agrônomo, José Luiz Silveira.
Um estudo feito pelo Inpe, sobre o efeito estufa, concluiu que a pecuária é responsável por metade da emissão de gases no Brasil. O principal motivo é o desmatamento de florestas para a criação de áreas de pastagem. Mas o gás metano, produzido pelos ruminantes, também tem uma parcela de culpa. Nessa propriedade de Lorena, há uma alternativa para esse problema: chama-se bio-digestor.
Não há como evitar o gás metano liberado naturalmente pelo animal. O biodigestor não interfere nesse processo. O que os produtores podem conseguir com essa tecnologia é compensar o meio-ambiente aproveitando o esterco dos animais confinados e produzindo a própria eletricidade.
Os dejetos são levados para grandes câmaras e nelas são misturados com bactérias que produzem o metano. O gás é queimado e vira combustível para o gerador.
"No aproveitamento daquele recurso que hoje nós estamos desperdiçando, a fazenda consegue se tornar autossuficiente em produção de energia elétrica. Aí que existe o grande ganho ambiental", diz o produtor Carlos Zeraik.
O biodigestor ainda é caro. Um sistema, para 250 animais, custou R$ 200 mil reais. Além disso, ele só funciona em pequenas propriedades. Já para as grandes criações, a alternativa seria modernizar a pecuária, usando mais tecnologia e menos espaço.
"A expansão da atividade, a tecnificação da atividade, a melhoria da produtividade da atividade são caminhos importantes para que ela passe a ter uma pressão menor especificamente nessa questão de emissão de gases", diz o pesquisador do Inpe, Jean Ometto.
Segundo o produtor rural, o dinheiro investido no biodigestor deve ser recuperado em oito anos.
Fonte: V News - (tv Vanguarda)
Nenhum comentário:
Postar um comentário