sábado, 19 de dezembro de 2009

Todos os países devem poder utilizar energias renováveis, diz Mahmoud Ahmadinejad

"Todos os países devem ter acesso às novas tecnologias para diversificar as suas fontes de energia e poder utilizar as energias limpas e renováveis como o vento, o sol, as marés, a geotermia e as energias nucleares", declarou Mahmoud Ahmadinejad no seu discurso na sessão plenária da conferência, no qual também lançou fortes críticas à dependência petrolífera dos EUA.
"Durante cerca de um século o petróleo tem sido o componente central e estratégia da política externa e de segurança dos EUA", afirmou Ahmadinejad, lembrando que, "nesse período, as regiões ricas em petróleo tornaram-se teatros de guerra e de aventuras militares que conduziram a um controlo estrangeiro dos seus recursos energéticos".
O Presidente do Irão criticou também o facto de os EUA, que representam apenas 5% da população mundial, consumirem um quarto do petróleo mundial e da energia em geral. "Quase 40% de todos os veículos motorizados no mundo circulam nesse país [à custa] dos bens petrolíferos de outros países", segundo a tradução oficial fornecida pela ONU do discurso de Mahmoud Ahmadinejad.
Este ataque aos EUA foi o culminar de um discurso em que o presidente iraniano culpou o capitalismo e a exploração excessiva dos combustíveis fósseis baratos de serem responsáveis pelas alterações climáticas.
De acordo com Ahmadinejad, cujo país foi alvo de novas sanções internacionais pela sua política nuclear, a solução é que "todos os países" utilizem os seus próprios recursos, incluindo o nuclear.
Nesse sentido o presidente iraniano propôs que 2011 seja designado como "o ano da alteração dos modelos de consumo e de redução das poluições no mundo".
Delegações de 192 países estão reunidas até hoje em Copenhaga, naquele que é já considerado o maior e mais importante encontro de sempre sobre o clima. O objectivo é chegar a um consenso em relação a um texto para um acordo legalmente vinculativo, que concretize os objectivos necessários para assegurar que o aquecimento global não será superior a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.
Está confirmada a presença de mais de 100 Chefes de Estado e de Governo na Conferência de Copenhaga, convocada pela ONU, a que também assistem cerca de 15.000 delegados e o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro português, José Sócrates, vai discursar perante o plenário ainda hoje.
Fonte: O Jornal Econômico - Lisboa

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